Talvez você esteja pensando: “Nunca é tarde demais”. Será que não? Existem coisas que você não terá como fazer mais tarde, mesmo que você viva mais um século. Então, “o que vocês fizerem façam de todo coração, como se estivessem servindo ao Senhor e não as pessoas” (Cl 3: 23).
O livro “Os Cinco Principais Arrependimentos de Pacientes Terminais”, escrito por Bronnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pacientes terminais, revela cinco arrependimentos que estes têm:
- Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim.
- Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.
- Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos.
- Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.
- Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.
Para não ficar chorando o leite derramando
tenho cinco sugestões para uma morte feliz.
1 - É melhor agradar a Deus que aos homens.
É incrível o que fazemos para agradar as
pessoas que estão ao nosso redor. Há dentro de nós um desejo natural de
agradar, de ser agradável aos que nos cercam. Isso é muito bom. O grande
problema é quando essa vontade nos leva ao absurdo. Nosso desejo de “fazermos
parte do grupo” ou de sermos chamados de “gente boa” nos leva a fazer coisas
que nos prejudicam, ou ofendem aos ensinamentos de Deus. Por vezes, para
agradar a alguém que nos interessa, atropelamos outros ou cometemos erros
horríveis.
Em sua carta aos gálatas Paulo nos diz: “Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas? Não!
O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as
pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo”
(Gl1:10). Em sua carta aos coríntios ele explica o porquê: “Deus comprou
vocês por um preço; portanto, não se tornem escravos de seres humanos” (ICo
7:23).
Então,
agradar aos homens só é bom se for para agradar a Deus.
2 - Tenha Deus como prioridade.
Há dentro de nós um forte desejo de ter e por
isso trabalhamos desesperadamente. Temos priorizado o ter ao invés do ser. Essa
ambição desmedida por ter nos faz colocar a busca pelo material no lugar mais
alto e o espiritual fica com o resto.
No sermão do monte Jesus deixou um sinal
vermelho intermitente piscando para nós sobre isso quando disse: “Portanto, não
fiquem preocupados, perguntando: “Onde é que vamos arranjar comida?” ou “Onde é
que vamos arranjar bebida?” ou “Onde é que vamos arranjar roupas? Pois os
pagãos é que estão sempre procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no
céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar
na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas
coisas” (Mt 6: 31 a 33).
Priorize Deus em sua vida, e o
resto é resto.
3 - Ame as pessoas ao seu redor.
Ser amado é algo que nos faz sentir bem. E,
talvez, o melhor momento para sentir se somos ou não amados deve ser nos dias
finais de nossa vida.
Conheci um homem que tinha em sua casa
uma plaquinha que dizia: “Aqui mora um solteirão feliz”. Penso que isso reflete
uma pessoa que tem dificuldade de se entregar, de amar, de relacionar-se
profundamente. Amar para mim só é possível quando há entrega. João nos mostra
como devemos amar: “Foi assim que Deus
mostrou o seu amor por nós: ele mandou o seu único Filho ao mundo para que
pudéssemos ter vida por meio dele. E o amor é isto: não fomos nós que
amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio
dele, os nossos pecados fossem perdoados. Amigos, se foi assim que Deus nos
amou, então nós devemos nos amar uns aos outros.” (I Jo 4:9 e 11). Este é o parâmetro
de amor que temos.
Paulo cita alguns mandamentos de
relacionamentos: “Não
cometa adultério, não mate, não roube, não cobice”, e depois avisa que esses e ainda outros mais
são resumidos num mandamento só: “Ame os outros como você ama a você mesmo” (Rm
13:9). No meu entender fica assim: O parâmetro do amor com que devemos amar aos
que estão ao nosso redor é o amor de Deus e a medida deste amor é o amor que
sentimos por nós mesmos.
Você faria com você mesmo o que faz com os
outros?
4 - Tenha muitos amigos.
Salomão nos diz que “algumas amizades nãos
duram nada, mas um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão” (Pv 18:24).
Por vezes alguns amigos nos saem melhores que muitos parentes. Bons amigos, por
vezes, nos trazem momentos de grande alegria e prazer. Claro que familiares
também podem fazer isso. Mas uma coisa que nos ajuda a passar pela vida de
maneira mais bela são os verdadeiros amigos. Por isso, tenha quantos for
possível. Há um amigo que você precisa ter acima de todos, ele é imprescindível:
“Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;
mas tenho-vos chamado amigos...” (Jo15:15).
Jesus é o amigo maior.
5 - Se permita ser feliz.
Creio que aqui sintetizamos o resultado dos
itens acima. Alguém que coloca Deus como prioridade em sua vida e o agrade
acima de tudo; que ame as pessoas ao seu redor e tenha grandes amigos não é infeliz.
Não é possível. Não falo de momentos alegres, mas de felicidade que não depende
de boas circunstâncias para acontecer. Falo da felicidade que só encontramos no
íntimo relacionamento com Deus, amando nosso próximo com o mesmo amor que nos
amamos.
Priorize seu relacionamento com Deus. Tenha
muitos amigos. Grandes amigos. Ame as pessoas ao seu redor independentemente de
quem elas sejam ou façam, e deixe que elas percebam que são amadas. Diga isso a
elas. Ame a você mesmo intensamente. Assim, com certeza, nos momentos finais de
sua vida, ao avaliar-se você poderá dizer como Paulo: “Quanto a mim, a hora já
chegou de eu ser sacrificado, e já é tempo de deixar esta vida. Fiz o melhor
que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé. E agora está me esperando
o prêmio da vitória, que é dado para quem vive uma vida correta” (II Tm 4:6 a
8).
E então, morra feliz.