Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

20 de abr. de 2013

O pecado é gostoso...


Durante um tempo morou uma mulher na casa dos meus pais. Não sei por que ela foi morar lá, mas foi. Era uma mulher que me chamava atenção. Um belo dia estava sentado no chão da varanda da cozinha, fazendo uma pipa, e ela estava lavando umas roupas no tanque a uma distância de 2 metros, mais ou menos. Conforme o movimento que ela fazia eu tinha uma visão perturbadora para um adolescente. Fiz um gesto para ela e tive como resposta uma pergunta: “Você sabe o que é isso?”. Não poderia deixar de dizer que sim, e ouvi a sentença que me deixou mais agitado ainda: “Esta noite vamos ver se sabe mesmo”.

Na calada daquela noite ela veio deitar-se na minha cama dizendo que iria me ensinar o que o meu gesto queria dizer. Não sei quanto tempo demorou, mas foi o suficiente para eu ter uma aula, ao mesmo tempo, agradável e assustadora. Assustadora pelo medo de que meu pai, ou minha mãe, acordasse para ir ao banheiro ou beber água e descobrisse o que estava acontecendo.

Minha primeira experiência. E, sério, foi muito bom.

Se você esperava que eu fosse dizer que detestei, que aquilo era coisa do capeta, ou qualquer coisa nesse sentido, sinto muito. Foi muito bom.

Esse é o problema do pecado, ele é um negócio bom. O pecado promete e dá prazer instantâneo. É infalível. Tudo que cerca o pecado, principalmente na área sexual, é bem prazeroso. O Diabo não seria burro de usar uma coisa repugnante, feia, sem graça, que não prometesse muito prazer. O texto bíblico da tentação de Eva mostra isso de maneira clara quando diz que “a mulher viu que a árvore PARECIA AGRADÁVEL ao paladar, era ATRAENTE AOS OLHOS e, além disso, DESEJÁVEL ...” (Gn 3:6).

Preste atenção a este outro texto: “Da janela de minha casa olhei através da grade, e vi entre os inexperientes, no meio dos jovens, um rapaz sem juízo. Ele vinha pela rua, próximo à esquina de certa mulher, andando em direção a casa dela. Era crepúsculo, o entardecer do dia, chegavam as sombras da noite, crescia a escuridão. A mulher veio então ao seu encontro, vestida como prostituta, cheia de astúcia no coração. (Ela é espalhafatosa e provocadora, seus pés nunca param em casa; uma hora na rua, outra nas praças, em cada esquina fica à espreita.) Ela agarrou o rapaz, beijou-o e lhe disse descaradamente: “Tenho em casa carne dos sacrifícios de comunhão, que fiz para cumprir os meus votos. Por isso saí para encontra-lo; vim à sua procura e o encontrei! Estendi sobre o meu leito cobertas de linho fino do Egito. Perfumei a minha cama com mirra, aloés e canela. Venha, vamos embriagar-nos de carícias até o amanhecer; gozemos das delicias do amor! Pois o meu marido não está em casa; partiu para uma longa viagem. Levou uma bolsa cheia de prata e não voltará antes da lua cheia. Com a sedução das palavras o persuadiu, e o atraiu com o dulçor dos lábios” (Pv 7:6 a 21).

Fala sério, não é uma baita cantada? Qual homem não viajaria com uma oferta desta? Sua imaginação voaria a mil por hora, e iria ver o quarto todo prontinho para o amor; sentiria os cheiros que ela disse ter colocado na cama. O texto não diz se era uma mulher bonita, mas provavelmente sim. Com roupas bem sensuais, chega e dá-lhe um beijo. O texto de diz que “imediatamente ele a seguiu...” (PV 7:22). É lógico que ele a seguiu. Nem precisava ter escrito isso. É tentação demais. Talvez você esteja pensando: “Eu resistiria”. Eu lhe garanto que HOJE eu também resistiria. Mas, no meu tempo de adolescente, sinceramente, não posso dizer que sim. Não vou ser hipócrita. Provavelmente eu cairia.

Nos esquecemos de que um dia fomos adolescentes e jovens, e que fizemos coisas das quais nos envergonhamos, e na vontade de querer evitar a tragédia dos que estão ao nosso alcance passamos uma imagem de infalíveis para eles, jogando um peso enorme sobre seus ombros, fazendo-os se sentirem os piores seres do mundo. Uns fracotes, inconsequentes, terríveis pecadores que sofrerão o castigo eterno por que, em algum momento, como nós também, caíram em uma cilada. Sempre pintamos o Diabo com cores vermelhas, pavorosas. Mas sabemos que não é assim. Ele tem as cores que agradam nossos olhos. Tem os sabores que saciam nosso apetite. Tem os cheiros que nos embriagam.

Assim, se você parar para pensar, vai perceber que não estou muito longe da razão. As coisas acontecem assim. A Palavra de Deus nos mostra uma grande quantidade de servos usados por Deus, que mesmo enquanto trabalhavam sob a direção de Deus, tropeçavam feio e caiam profundamente nessas armadilhas tão bem armadas pelo nosso inimigo.

Conta-se que três amigos disputavam para ver quem conseguiria chegar o mais próximo possível de um precipício, e que um deles disse que chegaria até dois passos de distância; um segundo, até um passo; o terceiro, porém, disse que ele preferia ficar o mais longe possível para evitar qualquer problema. É apenas uma história, provavelmente criada por alguém para ilustrar uma atitude correta que devemos ter.

O livro de Provérbios nos avisa que “há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte” (Pv 14:12). O melhor que podemos fazer é evitar a proximidade do precipício, pois basta uma escorregadinha para quem está muito próximo para ser o fim. Como nos ensina Tiago: “Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte” (Tg 1:14,15). A nossa inclinação nos leva a desejar, e o fato de estarmos próximo ao abismo, nos faz cair nele, e a morte é a consequência. Por isso é melhor evitar a proximidade com o abismo.

O pecado é gostoso sim, mas as consequências dele são extremamente desastrosas. Por isso não dá para brincar com ele. Dizem que quem brinca com fogo se queima. Tenho certeza que quem brinca com o pecado acaba pecando. Não dá para andar muito perto dele sem pisar em suas trilhas. Somos fracos, suscetíveis a queda, falíveis sim senhor. Não temos forças para resistir. Mas Deus nos dá a garantia que podemos resistir. Tiago nos avisa: “Submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). A resistência só é possível com a submissão a Deus. Através de Isaías Deus nos promete a vitória quando diz que “eu sou o Senhor, o seu Deus, que o segura pela mão direita e lhe diz: "Não tema eu o ajudarei” (Is 41:13).

Não se engane. O pecado é gostoso sim, e por isso só com a ajuda de Deus, com a submissão total a Ele, seremos capazes de resistir, pois já não seremos mais nós, mas o Espírito Santo que habita em nós que fará a resistência.

10 de abr. de 2013

Vida de crente.


Pensando bem, a vida de crente parece ser um negócio muito chato. Sem graça. O crente não pode fazer nada, ir a lugar algum, beber nada, enfim, o crente só pode ir à igreja. Venha comigo.

Segunda-feira.
O crente - Depois de ter ido dormir a meia-noite, pois o culto de domingo acabou tarde, tem que acordar cedo para ir trabalhar. Ao final do dia, alguns vão estudar, outros para os pequenos grupos, células, casados-para-sempre, ou seja lá o que for que a sua igreja faz. Muitos vão para suas casas e ficam com a família.

O não crente - Alguns, às seis horas da manhã ainda estão saindo da balada e muitos vão direto para o trabalho. Não sei como aguentam, mas vão. Os que não passaram a noite toda na balada também acordam cedo para trabalhar. À noite, ou vão estudar ou vão tomar uma geladinha rever os amigos que não viam desde a noite anterior.

Terça-feira.
Os dois grupos trabalham normalmente. A diferença é que aqueles que passaram a noite anterior na balada, esta noite dormirão mais cedo. No final da noite, às vezes, os dois grupos vão passear com a família no shopping.

Quarta-feira.
O crente – A noite vai á igreja para o culto de oração. Era assim que se chamava antigamente. Hoje as igrejas estão inventando nomes mais criativos para ver se atraem os fiéis.

O não crente – A noite vai sofrer com seu time de coração na TV ou no estádio, para o cinema ou continuam sua vida de bar em bar.

Quinta-feira.

É mais um dia normal para os dois grupos. Trabalho, estudos, etc.

Sexta-feira.

O crente - É mais um dia de rotina. Para alguns, as vezes, muda um pouco. Tem uma atividade qualquer na igreja, e lá vai ele.

O não crente - Tem seu dia normal de trabalho. Ou quase normal, pois, nesse dia, ele já vai trabalhar com uma roupa que dá para ir direto para a balada. Ele passa o dia contando as horas para o fim do expediente e, a cada minuto, revendo sua agenda para a noite. Liga várias vezes para a galera confirmando onde vai rolar uma parada legal. Sai do trabalho como se o dia estivesse começando e vai todo animado encontrar a galera, com quem vai ficar até de madrugada, ou a noite toda, bebendo, dançando, fumando, pegando todas ou todos, sem um pingo de cansaço, afinal, a noite é uma criança.

Sábado

O crente - Acorda um pouco mais tarde, afinal, a semana toda ele acordou cedo e hoje é o seu dia de descansar um pouco mais. Toma seu café, vai à feira ou ao mercado. Outro fica esparramado no sofá vendo o treino de Formula 1 ou algum tele pastor. Alguns vão para a praia com a família ou jogar um futebolzinho. No período da noite vai para um shopping passear com a família, a uma festinha de aniversário ou a algum casamento e, aqueles que acham que não é pecado, a um cinema ver um bom filme, quando não tem nada na igreja...

O não crente - Acorda tarde, pois ficou até de madrugada na balada. Outros estão chegando em casa de manhã e dormem o dia todo, pois ninguém é de ferro, e a noite tem que estar animado novamente. Os que conseguiram dormir e acordar até o meio-dia, a tarde vão para o churrasco com muita cerveja e pagode. Outros vão para a praia, ou jogar um futebol, ou vão passear no shopping, ou vão ao cinema, ou descansam um pouco a tarde para voltar a balada mais tarde.

Domingo

O crente - Levanta cedo, toma seu banho, escolhe a melhor roupa e vai para a igreja. Chega cedo para a Escola Bíblica Dominical (se é que ainda existe), participa do culto até meio-dia. Depois vai para casa almoçar. Algumas mulheres já deixam o almoço preparado, outras fazem quando chegam. Depois sobra aquela pilha de louça suja na pia para ela passar a tarde toda lavando, enquanto o maridão, bonitão, dorme que chega roncar. No final da tarde toma um novo banho e escolhe uma nova melhor roupa para o culto da noite.

O não crente - Mais uma vez acorda mais tarde, toma seu café, bota sua roupa de praia e vai curtir aquela natureza linda que Deus criou. Os homens ficam só apreciando a mulherada que, como diria minha sogra, “perderam a vergonha e estão nuas”; as mulheres olhando as celulites das outras para não verem as suas, os biquínis fora de moda e as gordurinhas das outras, enquanto discutem a novela. Tomam suas geladinhas, comem por ali mesmo e ao final da tarde vão para suas casas descansarem, ou se prepararem para mais balada naquela noite.

É claro que não é só isso. Mas quis fazer uma mostra do que pode parecer para muitos o dia a dia dos crentes e dos não crentes. Mas só esta simples mostra pode fazer parecer que a vida do crente é um negócio muito chato mesmo. Creio que alguns crentes também acham isso, pois, volta e meia, dão uma variada em suas atividades e invadem o campo do não crente (que coisa feia).

Isto depende da visão de futuro de cada um. Se tudo aquilo que nós cristão cremos for uma mera história da carochinha, uma lenda, então vivemos uma vida chata e não aproveitamos nada daquilo que faz a alegria dos que aproveitaram bem seu tempo aqui neste mundo. Como disse Paulo, “se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são ressuscitados. Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados. Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (I Co 15: 14 a 17 e 19). Que peninha de nós cristãos se tudo o que cremos não for verdade. Quanto tempo perdido. Somos realmente “dignos de lástima”.

Para falar a verdade, chego a pensar que melhor seria se assim fosse, pois, no fim de tudo não veria ninguém sofrendo. Mas creio firmemente na Palavra de Deus que me garante que um dia Cristo voltará para buscar aqueles que creram nestas “histórias da carochinha”: “Eis que cedo venho; bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra” (Ap 22:7 e 12). Naquele grande dia todos aqueles que viveram esta vida “chata” ouvirão: “Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34).

Eu prefiro viver a vida chata de cristão, não que eu a ache assim. Vida de crente é uma delicia. Eu não a troco por nada neste mundo.