Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

5 de dez. de 2014

A Segunda Divisão e o Inferno

Depois do empate que garantiu a volta do Vasco para a primeira divisão, alguém perguntou ao técnico o que ele achou da vaia que uma parte da torcida deu no time, mesmo tendo conseguindo o retorno a divisão de elite do campeonato brasileiro e ele, do alto da sua filosofia, disse: "Segunda divisão é o inferno". E continuou explicando que aquilo era uma espécie desabafo da torcida. Eles estavam botando para fora tudo que sofreram durante o ano.

Realmente, para os amantes de futebol, é muito ruim ver o seu time de coração ser rebaixado de divisão. Pior que isso só a derrota da da Seleção Brasileira para a da Alemanha por 7 a 1. 


Torcer para um time que cai para a segunda divisão é motivo suficiente para ser alvo de muita zoação durante um ano inteiro. Eternamente alguém vai ter o mórbido prazer de te lembrar que, um dia, seu time foi rebaixado. Pior ainda é quando seu time na segunda divisão perde para times que são da segunda divisão. Espera-se que o time da primeira que cai para a segunda ganhe de todos que são da segunda.

Joel Santana tem razão, para a torcida de um grande time da primeira divisão a segunda divisão é o inferno. Deste inferno a torcida do Vasco saiu. Novamente. 

Mas, a Palavra de Deus fala de um inferno ainda mais horrendo e de onde não se poderá sair. Foi para lá, já era. Eternamente ali. Isso aprendemos com Jesus quando conta que o mendigo Lázaro um belo dia morreu e foi levado pelos anjos "para junto de Abraão", e quanto ao rico apenas diz que "morreu e foi sepultado" (Lc 16:22). Jesus continua falando sobre os dois e diz que, em seu sofrimento no inferno, o rico pede ao pai Abraão que fosse permitido a Lázaro molhar um dedo para matar sua sede. Abraão lhe diz: "há um grande abismo entre nós, de modo que os que querem atravessar daqui até você não podem, como também os daí não podem passar para cá" (Lc 16:26)

O apóstolo Paulo falando aos crentes de Tessalônica, diz que Cristo voltará "para castigar os que rejeitam a Deus e não obedecem ao evangelho do nosso Senhor Jesus. Eles serão castigados com a destruição eterna e ficarão longe da presença do Senhor e do seu glorioso poder" (2 Ts 1:8,9). Muitos anos antes Salomão afirmava: "Esteja certo de que os ímpios não ficarão sem castigo, mas os justos serão poupados" (Pv 11:21). O abismo que Abraão fala para o rico separará eternamente os que não creram em Jesus da presença de Deus.

João nos revela que Deus amou o mundo de uma forma tão grandiosa "que deu seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16). Depois ele registra que "quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus" (Jo 3:18). E, para que não houvesse nenhuma duvida sobre isso, reitera que "quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele" (Jo 3:36).

Alguns acreditam que o amor de Deus é tão grande que ele não deixará ninguém ir para o inferno. Eu penso que o amor de Deus é tão grande que, mesmo muito irritado, ele não irá contrariar sua vontade se você escolher ir para o inferno. Sim, porque como tudo na vida isso também é uma escolha. Josué já havia entendido assim quando convocou o povo e disse que eles deveriam optar por servir a Deus ou não, mas que ele já havia tomado sua decisão: "eu e minha casa serviremos ao Senhor" (Js 25:15)

O modelo de campeonato brasileiro de futebol permite aos times caírem no inferno da segunda divisão, segundo Joel Santana, e sair de lá com uma boa campanha. Mas do inferno bíblico não tem saída. Você pode até pensar que sou um fanático, um ignorante, ou seja lá o que for, pois nada disso existe na verdade. É tudo uma lenda.

Digo que torço para que você esteja certo. É verdade. Seria muito bom se você tivesse razão e nada disso fosse verdade. Nós dois, um dia, morreremos e pronto. Tudo se acabou. Eu terei vivido uma vida muito legal, com um código de ética bem estruturado por um livro de lendas chamado de Bíblia e pronto. E você morrera tendo a sensação de uma vida bem vivida, de acordo com sua percepção.

Mas, e se tudo isso for verdade? Você quer correr o risco? Eu não.

31 de out. de 2014

O PT ganhou as eleições. E agora???


Para alivio geral, as propagandas eleitorais chegaram ao fim. Queira Deus que algum gênio descubra um modelo menos chato para a propaganda eleitoral. Que não suje tanto e nem polua o visual de nossas belas cidades. Mas elas acabaram. Todos os brasileiros foram as urnas. E, então, o PT recebeu o direito de governar o país por mais quatro anos. E agora?

Se você é daqueles petistas de carteirinha, quase xiita, não fique vermelho de raiva antes acabar a leitura. Não tenho a menor pretensão de falar o que vai acontecer. Minha bola de cristal está quebrada e os marcianos ainda não me mandaram outra. Talvez quando eu for a lua dê uma passadinha em Marte para comprar outra.

A vitoria do PT foi festa para uma parte do país, e velório para outra parte. De alguma forma todos nós que apertamos aquelas teclas temos a convicção de que aqueles escolhidos são os que irão, ou iriam, resolver todos os nossos problemas. Mesmo que eles já tenham estado lá e não tenham resolvido nada, ainda continuamos acreditando. 

Thoreau, em "A Escravidão em Massachusetts", disse que "O futuro do pais não depende de como você vota nas eleições. Depende de que tipo de homem sai da sua casa todos os dias". Você já parou para pensar nisso?

Como é o homem que sai da sua casa todos os dias? É apenas mais um egoísta que sai pensando em levar vantagens a todo custo. É alguém que escolheu um candidato que, de alguma forma, beneficia a você, em detrimento de tantos outros. Votou em causa própria ou pensou no coletivo?

O que o país pode ser se depender do homem que sai da sua casa todos os dias? Você que usa os meios de comunicação possíveis para agredir, ofender, desrespeitar ou caluniar aqueles que pensam de forma diferente de você. Você que não respeita as mais simples leis da convivência social. Você que não respeita as mais simples leis de trânsito. Você que reclama dos corruptos e ladrões do Brasil, mas recebe um troco errado a seu favor e o guarda com um sorriso nos lábios.

Que futuro podemos esperar para o nosso país se depender de você, criado a imagem e semelhança de Deus, mas que, no uso da sua liberdade de escolha, optou por se parecer com qualquer outro ser, menos com Deus?

O PT ganhou as eleições. E agora?

Agora, precisamos urgentemente ouvir o clamor de Paulo que, falando sobre o procedimento dos cristãos, nos exorta a tirar a roupagem do "velho homem, que se corrompe por desejos enganosos" (Ef 4:22), a nos livrarmos da nossa "natureza terrena" (Cl 3:5), e relaciona algumas coisas desse velho homem: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus, ganância, ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem indecente e mentira (Cl 3:5,8 e 9); idolatria, feitiçarias, inimizades, contendas, ciúmes, discórdias, dissensões, facções, invejas, glutonarias, e coisas semelhantes a essas (Gl 5:19,20,21).

O apostolo nos insta a mudar o nosso modo de pensar, nos revestindo do "novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e santidade, proveniente da verdade" (Ef 4:24). Paulo nos desafia a sermos "imitadores de Deus" (Ef 5:1), exalando a sua justiça e santidade e transbordando "amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade e domínio próprio" que é fruto do Espirito (Gl 5:22,23).

O futuro do nosso país depende de que o "homem que sai da sua casa todos os dias", segundo Thoreau, seja um "imitador de Deus", conforme Paulo. Esse tem sido meu alvo. É o seu?

4 de out. de 2014

É proibido, mas...

"O pecado me atrai, o que é proibido me fascina" é uma frase atribuída a Clarice Lispector.

Porque será que o proibido nos atrai tanto?

Fico imaginando Adão no paraíso cercado de maravilhosos frutos que acabaram de ser criados. Frutas para todos os gostos, com sabores diversificados e maravilhosos, sem agrotóxicos, doces como não imaginamos, todos ali para ele desfrutar a hora que quisesse.  E o cara vai comer justamente daquele fruto que Deus havia ordenado para que não comesse.

Será que ele já havia comido pelo menos um de todos os outros e agora só faltava aquele? Qual seria o sabor daquele ali? Seria muito melhor que todos os outros? Se sim, porque Deus faria uma brincadeira tão sem gosto assim: deixar justamente o melhor de todos fora do cardápio? Será que valia a pena desobedecer? 

Talvez Adão e Eva ficassem olhando para aquela arvore imaginando qual seria o sabor daquele fruto proibido e, por não ter muito o que fazer, ficassem ali comendo com os olhos. Diz o ditado que mente vazia é oficina do Diabo, então não poderia acontecer outra coisa. Ao ver aqueles olhos cheios de desejo, o diabo chamou Eva num cantinho e mostra sua audácia ao dizer que Deus estava mentindo. Revela, então, que o sabor daquele fruto era a mutação de "semelhantes" para "iguais" a Deus (Gn 3:4). Foi o auge da sedução. Imagine, ser igual a Deus. Quem não gostaria?

Por falta do que fazer Davi teve o seu momento "Janela Indiscreta". Passeava pelo terraço do palácio e se deparou com o seu fruto proibido: a esposa do general Urias (II Sm 11). Ficou ali olhando para a sensualidade daquele corpo escultural de Bate-Seba que se banhava distraidamente, e então, direto da sua mente vazia, ouve aquela voz insinuante: "Cara, você é o rei! Tudo que existe neste reinado é seu, ou deve estar ao seu dispor. Basta simplesmente uma ordem sua e todos obedecerão. Então, aproveite". E lá se foi Davi caindo na mesma armadilha que Adão: o desejo pelo proibido.

Tantos outros exemplos conhecemos e até mesmo já vivemos. Claro, eu e você não estamos livres disso. Este  forte desejo pelo que é proibido está vibrando dentro de nós, e não é muito fácil vencê-lo. Somos constantemente atacados em todos os sentidos do nosso corpo. Cheiros, paladares, visões, sons e toques que nos fazem propostas sabidamente tentadoras e pecaminosas, mas que naquele momento nos parecem totalmente viáveis. Nosso desejo de degustá-las é muito grande, e se nossa "oficina" estiver vazia aparecerá um invasor que nos dirá que ninguém está nos vendo, para irmos em frente.

Tiago nos dá a seqüência perfeita que aparece nestes casos. Segundo ele "cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Estão esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ser consumado, gera a morte" (Tg 1:14,15). Tem muita gente por aí colocando a culpa de tudo em cima do Diabo. É lógico que ele tem sua participação, mas muita coisa é culpa nossa, por escolhas erradas que fazemos.

Desejamos ardentemente algo que é contrario a vontade de Deus, somos seduzidos e fisgados, mordemos a isca. Caímos na desobediência e ela nos leva a morte. Nos separamos do Deus que é santo e não pode conviver com o que não é.

Mas, que rufem os tambores, toquem os clarins em alto e bom som de vitória, pois João nos dá uma informação vital para um momento como este: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jô 1:9). O pecado confessado é perdoado. Isto não significa que você pode ficar pecando por aí, depois pede perdão, peca de novo... É lógico que não. O apostolo Paulo pergunta aos romanos: "Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?" (Rm 6:1).gb

Então, quando seu forte desejo quiser derrubar você, há uma saída usada até por Cristo: "Está escrito: nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt 4:4). Use e abuse da palavra de Deus para vencer seus momentos de tentação.

Paulo nos oferece uma dieta fortíssima para evitarmos problemas: "tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês" (Fp 4:8,9).

O proibido me atrai, mas a Palavra de Deus me dá sabedoria para vencer essa atração, que pode ser fatal.

7 de set. de 2014

Mas, porém, todavia, entretanto...

A língua portuguesa é muito bonita, mas muito complexa. Pelo menos para mim. Nos meus tempos de ginásio (sim, é verdade, sou desse tempo) sofria muito com a língua portuguesa. Gostava muito de interpretação de texto e redação que, nas provas de português, eram minha salvação, pois quando juntavam suas notas com a de gramática as duas primeiras faziam meu conceito final ficar bem acima da média. Ainda assim consegui ficar reprovado e tive que fazer aulas de recuperação uma vez. Não me lembro o motivo, pois já se passaram alguns anos. Afinal, como disse antes, sou do tempo do ginásio.

Não entendia porque tinha que estudar fonologia, morfologia e sintaxe, pois na hora de escrever nunca iria ficar analisando o porquê de escrever esta ou aquela palavra. Apenas escreveria a palavra que mais se enquadrasse com meus pensamentos sem me preocupar qual a função dela no texto. Como gostava muito de ler achava que isso me bastaria para me ajudar a escrever bem. Sei que não sou um craque em português, mas sei também que escrevo de maneira bem correta. Ainda sou novo, ainda posso aprender.

Uma das coisas que tive que estudar foi sobre conjunções. Lembra-se delas? Conjunções coordenativas e conjunções subordinativas. Elas me causaram alguns problemas naquela época, mas hoje me ajudam a esclarecer algumas coisas.

Por exemplo: hoje já posso entender que Isaias era um produto do meio por causa de uma conjunção coordenativa aditiva: “e”. Esta conjunção liga orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. Isaias revela em seu livro: “Ai de mim! Estou pedido; porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros” (Is 6:5). Com esse simples “e” ele se inclui no meio de uma massa de infratores das leis divinas, e agora diante da santíssima presença de Deus se reconhece um Maria-vai-com-as-outras.

Ao reconhecer sua situação desesperadora, e arrepender-se dela, vê um anjo do Senhor tocar seus lábios com uma brasa e anunciar: “Agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estão tiradas, e os seus pecados estão perdoados” (Is 6:7). Aqui entra uma conjunção temporal: “agora que”. Isto nos leva a entender que Isaias já não era mais o mesmo. Seus lábios tinham sido purificados. Seus pecados estavam perdoados. Porém, como toda bênção de Deus vem com uma responsabilidade, Isaias ouve: “A quem enviarei? Quem irá por nós?” (Is 6:8). Entendendo que Deus o convocava ele responde: “Aqui estou eu, envia-me” (Is 6:8).

Os lábios, agora purificados, são enviados para levar a mensagem ao povo. Lábios impuros não poderiam fazer isto. Iriam prejudicar ainda mais a situação daquele povo.

Mas também o aprendizado das conjunções me ensina que é possível viver no meio de um povo de lábios impuros e corações que desagradam a Deus, mas não contaminar-se. Noé viveu em um mundo depravado, mas continuou puro. A imoralidade era tão grande que faz Deus arrepender-se da criação: “Então o Senhor arrependeu-se de haver feito o homem na terra e isto lhe pesou no coração” (Gn 6:6).

Noé não foi produto do meio. O texto bíblico nos diz que ”Noé, porém, encontrou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6:8). Aqui encontramos uma conjunção coordenativa adversativa expressando ideia de contraste: “Porém”. Entre toda aquela gente apenas Noé não fazia parte da massa. Ele se excluía daquela baderna generalizada que era o dia a dia do ser humano. Ele contrastava com tudo aquilo que havia ali. Noé era um estranho no ninho.  

O texto sagrado nos mostra porque Noé achou graça aos olhos de Deus: “Ele era homem justo e íntegro em sua geração” (Gn 6:9). Como esse cara conseguia isso? Como ser justo e integro no meio de tanta bandalheira? Qual o parâmetro de justiça e integridade que ele tinha se não existia isso ao seu redor? A continuação do texto nos mostra qual o segredo de Noé: “e andava com Deus” (Gn 6:9). Noé tem outra conjunção em sua vida. É a conjunção que acrescenta mais alguma coisa a vida desse homem, adiciona mais um item importantíssimo no seu dia a dia, e nos faz entender o porquê da disparidade entre o seu comportamento e dos seus contemporâneos: Noé andava com Deus.

Noé não visitava Deus aos domingos ou quartas na igreja. Noé não dava um alô para Deus alguns minutos por dia, ou uma vez por semana. Noé andava com Deus. Deus era parte da sua vida. Deus era a sua própria vida. Não havia nada que o fizesse mudar. Ele decidiu não se contaminar, assim como fez Daniel no cativeiro (Dn 1:8). Ele não aceitou ser produto do meio. Por isso Deus o honrou livrando-o, junto com sua família, da destruição de toda a humanidade.

A narrativa de Gênesis nos informa que “a terra, porém, estava corrompida diante de Deus e cheia de violência” (Gn 6:11). Hoje não vivemos situação muito diferente. Somos cercados por todos os lados de situações que refletem claramente a igualdade desses tempos. A violência cresce assustadoramente; a imoralidade cria novas situações a cada instante; a corrupção cresce surrupiando os meios que poderiam dar uma vida melhor às pessoas; a falta de caráter é preocupante; enfim, temos tudo que nos faz imaginar que Deus deve estar muito aborrecido pelo que fazemos.

Mas agora você não tem mais desculpas. Você já sabe tudo sobre conjunções, e aprendeu que elas podem ser boas ou não para você. Você já sabe que, se por acaso virou produto meio que desagrada a Deus, ainda há oportunidade de mudar. Assim como Isaias, Deus pode fazer em você uma transformação total. Ele não precisa mais de brasas porque o “sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1:7). Você sabe também que não há desculpas para dizer que se tornou um produto do meio, e já que todo mundo faz você também pode fazer. Com Noé você aprendeu que pode viver em meio a baderna sem se contaminar.

Agora, a decisão é sua. Meu texto pode ter erros de gramática.  O que eu falei sobre conjunções pode ter alguma falha. Você pode encontrar falhas na minha pontuação e na concordância verbal. Eu sei que pode. Já disse que não sou excelente em português, e meu objetivo aqui não era uma aula de morfologia. Mas, uma coisa posso garantir, os princípios bíblicos aqui inseridos são dignos de apreciação.

8 de ago. de 2014

Brasil, um país cristão?

Dizem que o Brasil é um pais cristão. Eu mesmo já falei isto alguma vez. Mas, pensando bem, esta não é uma afirmação correta. Creio que o nosso país está muito longe de ser genuinamente cristão. Quando olhamos para a realidade que vivemos, percebemos o quanto estamos longe de merecermos esta alcunha.



Em seu excelente livro "Deus não está morto", Rice Broocks afirma que "À medida em que uma cultura abraça o conhecimento do único Deus verdadeiro, aumenta o seu respeito pela vida humana e pelo nascituro. À  medida em que tal conhecimento recua, o mesmo acontece com a atitude em relação à proteção da vida humana." Esta é uma afirmação que me leva perceber o quanto estamos longe do "conhecimento  do único Deus verdadeiro".

As estatísticas nos mostram que  em 2012 morreram 56.337 pessoas assassinadas no Brasil, a maioria com idade entre 16 e 25 anos.. Entre 2002 e 2012 houve um aumento de 38% nas mortes em acidente de trânsito. A violência sexual contra crianças de até 9 anos é o segundo tipo de agressão nesta faixa etária. Um em cada quatro casos são contra crianças de até um ano de idade. A cada dia ficamos mais e mais chocados com notícias cada vez mais aterrorizantes.

Estes são apenas alguns números estarrecedores do nosso pais. Se começarmos a pensar na falta de caráter dos nossos líderes, na falta de respeito com o meio ambiente, e tantas outras outras coisas, somos levados crer que realmente estamos distantes de sermos um pais verdadeiramente cristão, pois "Quem faz o bem é de Deus, e quem faz o mal nunca viu Deus" (3 João 1:11).

Li, em um carro, um adesivo que dizia:  "Quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cachorro." É esquisito, mas há uma verdade nisso aí. Deveríamos mostrar que somos diferentes dos animais nos tratando de maneira diferente, não sendo iguais a eles.

Mas, diferentemente disso, vivemos numa sociedade onde nunca estamos tranquilos, por medo do que o outro pode fazer. Temos medo de sair de casa e sermos assaltados. Temos medo de sermos encontrados por uma bala de uma arma qualquer que, até então, estava perdida. Temos medo dos nossos vizinhos. Temos medo da policia, que deveria nos dar segurança. Somos racistas. Somos preconceituosos. Somos egoístas. Onde isso vai parar?

Já entendemos que não podemos esperar muito das nossas autoridades, pois estamos cercados de homens inescrupulosos, que não pensam duas vezes se tiverem uma oportunidade de surrupiar o que deveria ser destinado a melhoria das condições de vida do povo. E, de acordo com a Palavra de Deus, nem poderíamos mesmo depositar nossas esperanças neles, pois o texto sagrado diz que "Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” (Jr 17. 5). Às vezes, depositamos nossas esperanças nos administradores públicos, e nos esquecemos de Deus.

A primeira carta de João nos mostra de maneira muito clara como o conhecimento de Deus evitaria toda essa maldade: "Queridos amigos, amemos uns aos outros porque o amor vem de Deus. Quem ama é filho de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não o conhece, pois Deus é amor. Aquele que vive no amor vive unido com Deus, e Deus vive unido com ele. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro. Se alguém diz: “Eu amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois ninguém pode amar a Deus, a quem não vê, se não amar o seu irmão, a quem vê. O mandamento que Cristo nos deu é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão" (1 João 4:7, 8, 16, 19-21).

Creio que se não houver uma predisposição dos discípulos de Cristo para uma tomada de decisão em prol de uma revolução mundial, através da pregação da palavra de Deus e do bom testemunho, cada dia teremos mais e mais situações que farão crescer as estatísticas da falta de amor, e nos entristecerão por ver do que é capaz um ser humano longe do conhecimento do verdadeiro Deus.

O Brasil só será um país cristão quando conhecer e praticar o amor do verdadeiro Deus.

1 de jul. de 2014

Texto da Febre

A palavra autoridade nos tira um pouco a alegria, pois traz uma idéia de "quem é que manda", e normalmente não gostamos muito de obedecer, de receber ordens, ou sentir que alguém tem o poder. Somos amantes da liberdade e qualquer coisa que venha nos tirar essa liberdade nos aborrece.

Os dicionários cooperam com esse pavor quando definem autoridade como: "o poder de executar a lei, exigir obediência, comandar, determinar, julgar ou aquele que foi investido de poder, especialmente um governador". 

Eu penso que autoridade muda em função do símbolo que a define. Viaje comigo nos seguintes casos.

Segundo o artigo 301 do Código Penal brasileiro, qualquer cidadão tem o poder de anunciar a prisão de uma pessoa que cometa flagrante delito. Pois muito bem. Imagine você andando pela rua tranqüilamente quando alguém com uma arma na mão anuncia um assalto. O que é que você faz? Usa sua autoridade, dada pelo artigo acima, e grita para ele: "Com a autoridade do artigo 301 do Código Penal brasileiro vocês esta preso!"? É lógico que não. Com isso, o mínimo que você conseguira é que ele morra de tanto rir. Ai, é só chamar o IML e mandar levar o cara que morreu de rir. O máximo que conseguira é levar um tiro, e então, é você quem vai passear no rabecão do IML.

Você vai ficar quieto e entregar tudo para ele. É o que manda a prudência.

Percebeu? O símbolo de autoridade dele é, nesse momento, maior que o seu. O dele é uma arma, seja qual for, e o seu são algumas letras escritas em algum lugar que talvez você nem saiba onde. Ele é a autoridade. Usa uma autoridade ameaçadora, mas é uma autoridade. É ele que tem o poder de exigir obediência, de determinar o que vai acontecer ali.

Outra cena: Você resolve voltar a estudar. Na faculdade onde vai estudar um dos professores é seu filho. Você é o pai. Você é a autoridade dada por Deus sobre ele. Para desespero seu ele ensina a matéria que você tem mais dificuldade, e ele é um professor linha dura. Chega a prova final e você está precisando arrebentar ou ficará reprovado. No mínimo em prova final.

O tempo vai passando e o desespero aumenta. Você estica um pouquinho o pescoço e tenta dar uma coladinha na prova do seu vizinho. Seu filho vê, chega perto de você e diz com toda reverencia: "Pai (ou mãe) preciso que você mude de lugar para não ter que tomar sua prova. Por favor, sente-se na minha cadeira". O que você faz? Levanta e reivindica sua autoridade paterna (ou materna) concedida pelo próprio Deus? Vai ter essa cara de pau? Não sei você, mas eu não faria isso. Muito envergonhado mudaria de lugar.

Percebeu? Quando ele chegar em sua casa, se fizer alguma coisa errada você poderá chamar a atenção dele, mas ali na sala de aula ele é o professor. Ele é a autoridade. Na sua casa o símbolo de sua autoridade é a paternidade, na sala de aula ele tem o símbolo de autoridade. Ele é o professor e você apenas o aluno.

Creio que a palavra autoridade nos assusta por causa dos maus exemplos que temos em nosso país. Num dos momentos de culto que realizo na empresa onde trabalho como capelão, li o texto de Paulo aos romanos que diz: "todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas" (Rm 13:1,2). Percebi que as feições foram mudando. E assim surgiu um debate interessante.

Ninguém quer sujeitar-se às autoridades, pois elas não nos passam segurança. E Paulo ensina em outro lugar: "orem pelos reis e por todos os outros que têm autoridade, para que possamos viver uma vida calma e pacífica, com dedicação a Deus e respeito aos outros" (1 Tm 2:2). Percebeu aqui o segredo da paz na cidade? E porque não temos?

Quero que responda essa pergunta com toda a sinceridade: no ultimo ano, quanta vezes você orou pela presidente do país? Quantas vezes orou pelo governador? E pelo prefeito? Pelos policiais da sua cidade? Enfim, por todas as autoridades? Uma, duas, dez, vinte ou cem? 

Agora responda outra: quantas vezes já criticou, reclamou, resmungou...? Não quer nem pensar, não é mesmo? Pois aí está o grande segredo para a cidade viver em paz. Não reclamar, mas orar pelas autoridades.

Etmologicamente a palavra “autoridade” deriva do latim auctoritas, que vem de auctor, derivado de augere, que significa “fazer crescer”. Aqui esta um problema desta palavra. Ela é mau interpretada. Toda autoridade deveria provocar o crescimento dos seus comandados. Mas nem sempre é assim, por isso nossa repulsa pelas autoridades. Elas não nos trazem crescimento, apenas obrigações a serem cumpridas.

Mas como disse no inicio do texto, a autoridade muda de mãos dependendo do símbolo que ela traz. E, para mim, aqui está o segredo do texto de Paulo. Quando você ora pelas autoridades, a autoridade muda de posição. Você é a autoridade, pois quando você busca a face de Deus esta investido da autoridade que ele agrega a você. O seu símbolo de autoridade é muito maior. Ele te dá o poder de interferir na vida de uma autoridade, e com suas suplicas, orações e intercessões, ele pode transformar a vida dessas pessoas. Você é a autoridade maior. Você pode mudar o destino da sua cidade. Deus te dá essa autoridade.

Você pode estar pensando: que texto mais doido. É, pode ser. Pelo menos 80% deste texto explodiu em minha cabeça num sábado de intensa febre. Quase o dia todo com uma febre que não me deixava. Mas pense bem. O texto bíblico é muito claro. Devemos orar pelas autoridades, pois, como disse Paulo a Timoteo, "isso é bom, e Deus, o nosso Salvador, gosta disso" (1 Tm 2:3 e 4).

A não ser que você creia que nossas autoridades nunca mudarão. Mas isso só Deus pode decidir. Então, como não cabe a você decidir, a ordem de Deus é: orem por elas.

6 de jun. de 2014

Perna de pau não entra no céu.

Foi convocada a Seleção Brasileira para a Copa de 2014. Para alguns, sem surpresa. Para outros, com uma surpresa não muito significante. Para milhões de brasileiros esta seleção poderia ter mais alguém. Se dependesse do povo, a seleção deveria ter uns cinco mil jogadores. Mas todos os que estão lá, de uma forma ou de outra, já provaram que mereciam.

Após várias convocações, com certeza, a comissão técnica tinha um perfil completo de todos os que foram chamados. Vários critérios foram analisados. Talvez dedicação, caráter, capacidade técnica, psicológica e física, entre tantos outros critérios foram avaliados em cada um deles. Não foram chamados só pelos belos olhos, ou belas pernas, como diria a torcida feminina.

Toda essa preocupação com as características dos escolhidos me levou a uma antiga história. O livro dos Atos dos Apóstolos narra um evento de escolha de alguns homens que deveriam ter as características adequadas à função que exerceriam. Com o aumento dos convertidos, os apóstolos tinham muito trabalho a realizar e estavam deixando algumas tarefas por fazer, ou não estavam fazendo com perfeição.

Eles se reuniram com os discípulos e chegaram seguinte conclusão: "Não é certo negligenciarmos o ministério da palavra de Deus a fim de servir às mesas. Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito Santo e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra" (At. 6:2-4). E assim se instituiu o corpo diagonal na igreja.

Mais tarde, Paulo orienta a Timóteo dizendo que os diáconos "devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros desonestos. Devem apegar-se ao mistério da fé com a consciência limpa. O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa" (I Tm 3:8-10,12). Paulo estende ainda às esposas dos diáconos a responsabilidade de serem "igualmente dignas, não caluniosas, mas sóbrias e confiáveis em tudo" (I Tm 3:11).

Na mesma carta escrita a Timóteo, Paulo cita alguns requisitos para o bispo e diz que ele "deve ser um homem que ninguém possa culpar de nada. Deve ter somente uma esposa, ser moderado, prudente e simples. Deve estar disposto a hospedar pessoas na sua casa e ter capacidade para ensinar. Não pode ser chegado ao vinho nem briguento, mas deve ser pacifico e calmo. Não deve amar o dinheiro. Deve ser um bom chefe da sua própria família e saber educar os seus filhos de maneira que eles lhe obedeçam com todo o respeito. É preciso que o bispo seja respeitado pelos de fora da igreja, para que não fique desmoralizado e não caia na armadilha do diabo" (1 Tm3:2-5,8).

Infelizmente muitos acham que estas características são necessárias apenas para os diáconos e, nos dias de hoje, para os pastores. Isto joga sobre estes homens uma aura de santidade, nem sempre verdadeira, que os coloca num pedestal injusto. Alguns levam isto tão a sério que se acham os donos da igreja toda, se não os próprios deuses na terra. Por outro lado, os outros crentes, que parecem não precisar desta santidade toda, cobram destes pobres homens a demonstração dessa santidade, e isto se estende a todos os seus familiares.

Na seleção do Felipão não tem perna de pau. Então, podemos cobrar atuações que represente a capacidade deles e a confiança que depositamos neles, por que nós não temos, e nem precisamos ter, as mesmas características que eles possuem. Mas no reino de Deus as características dos diáconos e pastores são tão necessárias a qualquer outro crente como a necessidade de respirar.

Quando Jesus ora pelos seus seguidores, diz ao pai que ora por eles porque seriam os seus representantes na terra: "a minha natureza divina se revela por meio daqueles que me deste" (Jo 17:10). Jesus não fez nenhuma discriminação entre bispos, diáconos, pastores, apóstolos ou crentes normais. Ele enquadrou todos os seus seguidores num mesmo patamar. TODOS DEVEMOS ser um espelho de onde a imagem de Cristo seja refletida. Não temos desculpas para não ser assim.

Muitos ficaram fora da seleção do Felipão por não se enquadrarem nos aspectos procurados por ele e pela comissão técnica. E Deus, muito mais exigente que o Felipão, não convocará quem não se enquadrar perfeitamente no seu perfil. Preste atenção, pois não ser escolhido por Deus vai ser muito mais triste, do que não ser chamado pelo nosso técnico brasileiro.

E não é só porque você está enfiado dentro de uma igreja que sua vaga esta garantida. O próprio Cristo avisou: "Não é toda pessoa que me chama de "Senhor, Senhor" que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade de meu Pai, que está no céu" (Mt 27:21).

Então, se liga meu irmão, ou minha irmã. Algumas surpresas poderão acontecer. A seleção de Deus não tem perna de pau. Só quem leva a sério seus ensinamentos.

1 de mai. de 2014

As aparências enganam

Eu e Ana estávamos perdidos tentando chegar a Pirituba (SP). Vimos um homem saindo de uma padaria e pedimos informações. Ele disse para irmos em frente, passar não sei quantos faróis (sinal de trânsito luminoso), depois dobrar para não sei que lado, e ficou uns cinco minutos nos ensinando o caminho. Caído na calçada estava um bêbado, que grita lá da sua bebedeira: "Oh! Tá tudo errado". A seguir nos ensinou um caminho bem diferente do outro.

O que você faria? Seguiria o sóbrio ou o bêbado? É lógico que você seguiria o caminho do sóbrio. Ouvir conselhos de um bêbado irresponsável? Não mesmo!

Resolvemos seguir o caminho do bêbado, por causa de uma vaga lembrança da Ana. Logo a frente tinha um sinal de transito e uma passagem por baixo de um viaduto. Quando passamos pelo viaduto vimos que o bêbado estava certíssimo.

As aparências enganam, e muito. Se você estiver passando de madrugada por um lugar ermo e vier uma pessoa meio esquisita em sua direção, o que você pensa? Que vai ser assaltado, não é verdade? Tudo por causa da aparência. Se for uma pessoa bem vestida você não pensa assim.

Samuel quando foi escolher um rei para Israel, ordenado por Deus, fez a mesma coisa. Olhava o exterior dos irmãos de Davi e, por isso, ao ver Eliabe pensou ter encontrado o homem. "O Senhor, contudo, disse a Samuel: "Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem; o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração" (I Sm 15:7).

Vejo hoje muita gente adotando algumas aparências de santidade que me faz rir. Você já deve ter visto alguma coisa do que estou falando. Quem sabe já fez ou faz algo parecido, e se esse for o seu caso me perdoe. Alguns mudam a voz quando estão orando. Acho isso muito engraçado pois, se Deus é pai, eu posso falar com ele como falo com meu pai. Eu não mudo a voz para falar com meu pai. Fico imaginando qual seria a cara do meu pai se eu chegasse diante dele para conversar, falar qualquer coisa, ou mesmo pedir algo e impostasse minha voz, ou sussurrasse, ou gritasse, ou sei lá mais o quê. Creio que ele riria muito.

Sabe o que eu penso? Você pode achar que estou errado, mas só importa a Deus a minha santidade ou não. Ser santo ou não, não é uma coisa que devo satisfação a alguém, só a Deus. Por isso fico achando engraçado algumas atividades artísticas de santidade que vejo. Quando é real você percebe.

Alguns riem, outros choram, outros pulam, outros dançam, outros rodam, outros correm de um lado para o outro, outros imitam a voz do Cid Moreira quando oram (nunca vi ninguém imitar a voz do Tiririca), outros caem e outras tantas coisas. A criatividade é boa.

Eu gostaria de ser um detetive espiritual para acompanhar estas pessoas no dia a dia. Vê-las em casa, com os pais, com os filhos, com os vizinhos, com os amigos do trabalho, do colégio, da faculdade. Eu gostaria de ver os programas de TV que elas assistem, os sites que elas frequentam, as revistas ou livros que gostam de ler, as peças teatrais que as agradam, as músicas que ouvem e qual seu comportamento nos restaurantes que elas frequentam e nos ônibus que andam. Serão a santidade em pessoa?

Eu não posso, mas Deus pode. E vejam o que falou, através de Isaías, para aqueles que viviam de aparências: "Quando vocês vêm até a minha presença, quem foi que pediu todo esse corre-corre nos pátios do meu Templo? Não adianta nada me trazerem ofertas; eu odeio o incenso que vocês queimam. Não suporto as Festas da Lua Nova, os sábados e as outras festas religiosas, pois os pecados de vocês estragam tudo isso" (Is 1:12, 13). Deus já não aguentava mais tanta representação de santidade no templo e a falta de santidade no dia a dia.

Como pregou o Pr. Josué Valandro Jr, no dia 09/02/2014, "está faltando choro". Falta choro de vergonha na cara, de arrependimento, de honestidade, de amor verdadeiro a Deus e ao próximo. Falta choro por não estarmos tão imagem e semelhança de Deus como deveríamos.

É tranquilo demais ser espiritual, ou santo, na igreja. Mas a verdadeira santidade deve ser evidenciada no dia a dia quando somos confrontados com toda espécie de tentação. E não falo aqui apenas de dinheiro e sexualidade não. Falo do respeito ao outro, dos sorriso para aqueles que nos servem em casa ou na rua. De tudo.

O Espirito Santo vai acabar perdendo o emprego, pois sua função é nos orientar, nos ensinar, nos fazer mais parecidos cada dia com o nosso Senhor, mas só damos atenção a ele quando nos leva a nossa Disneylandia espiritual, que é a igreja. Ali tudo é festa. Mas quando nos leva ao deserto nós o deixamos lá sozinho, pois não nos interessa o deserto.

Dizem que rapadura é doce, mas não é mole não. Eu te digo que ser cristão é doce demais, é muito bom, nada é melhor que viver uma vida cristã saudável. Mas vida cristã mesmo, de verdade, não é muito fácil. Não é esse cristianismo dos vários livros de auto-ajuda-cristã que lotam as nossas livrarias e são devorados pelos cristãos de igrejas.

Se você quer ser um cristão genuíno, aprenda com o Espirito Santo, lendo sua Bíblia, ouvindo boas mensagens, lendo bons livros e observando outros crentes verdadeiros. Observe bem. Você conseguira descobri-los. Graças a Deus ainda são muitos.

Mas cuidado, pois as aparências enganam.

4 de abr. de 2014

A patinação e o casamento

Eu creio na instituição do casamento! O casamento é, talvez, a maior prova de que é possível, sim, conviver apesar das diferenças. Penso que se eu fosse igual a minha esposa nosso casamento seria muito chato. Não sei se aguentaria alguém que fosse exatamente como eu, esquisito. Graças a Deus ela é o meu oposto. Mas apesar disso convivemos muito bem.

Estava vendo as olimpíadas de inverno e fiquei observando a patinação em duplas. Ali está uma perfeita situação de um casamento que dá certo. Existe naquele exercício uma cumplicidade que deveria ter no casamento. Eles estão sempre juntos. Só podem ficar separados por alguns segundos. Na maior parte do tempo estão sempre indo em uma mesma direção. Todo movimento é sincronizado.

Como seria bom se assim fosse a realidade dos casamentos. Se todo movimento no casamento fosse feito olho no olho, lado a lado, um apoiando o outro, em cumplicidade, as coisas seriam bem diferentes. Às vezes, o que vemos são dois competidores querendo ganhar uma competição que é, no mínimo, burra. Na patinação, quando uma dupla ganha, são os dois que ganham, mas se um cai durante a apresentação, os dois perdem. Não existe a vitória de um dos dois. Ou os dois vencem, ou os dois perdem. No casamento é assim também.

Nas apresentações em duplas, formadas por um homem e uma mulher, os movimentos são similares aos da apresentação solo, adicionados dos movimentos que só podem ser executados em dupla, tais como os levantamentos e piruetas sincronizadas, em que o casal gira ao mesmo tempo. No casamento deve acontecer a mesma coisa. Os dois continuam sendo dois com suas individualidades, mas também são um, combinando suas características para realizarem movimentos cada vez mais interessantes e emocionantes. Existem coisas que, no casamento, não da para fazer sozinho. É preciso apoio, companheirismo e um olhar atento para alertas necessários.

Em outro movimento o homem lança a mulher para a execução do salto e no final apóia a descida dela. Durante todo vôo dela ele está atento para recebê-la na volta. Quantas mulheres estão tentando levantar vôos em seus casamentos, alcançar marcas que melhorem suas vidas, mas são inibidas por homens que não conseguem entender seus anseios, ou são machistas demais para permitir que a esposa voe e ele não. Conheci um casal que vivia esta dificuldade. A mulher não pode fazer um curso para trabalhar com crianças, na igreja, porque o marido era motorista de ônibus e ela não poderia ser mais "estudada" que ele. Infelizmente, a mãe dele, uma líder na igreja, apoiava essa sandice.

A patinação em duplas é um perfeito exemplo do texto de Paulo para a igreja de Éfeso: "Mulheres, sujeitem-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Senhor" (Ef 5:22). A submissão da mulher ao homem na patinação em duplas é perfeita. Ela se coloca inteira a seus cuidados e proteção, pois sabe que ele vai ter todo o cuidado necessário para que os dois vivam uma perfeita harmonia, digna de uma medalha de ouro. Por mais que ela tenha performance particular, sempre está em perfeita sintonia com ele, que guia todos os movimentos.

Paulo continua sua orientação para os maridos dizendo: "Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja e deu a sua vida por ela" (Ef 5:25). Dar a vida pela esposa. Você marido, que está lendo este texto, daria a sua vida pela sua esposa? Este é o ensinamento. Se os maridos amassem suas esposas de maneira que elas percebessem que eles seriam capazes de dar a própria vida por elas, com certeza, seriam as mulheres mais felizes do mundo. Infelizmente, existem muitas esposas que fingem felicidade para manter seus casamentos.

E Paulo ainda vai mais fundo: "O homem deve amar sua esposa assim como ama o seu próprio corpo. O homem que ama a sua esposa ama a si mesmo" (Ef 5:28). Paulo realmente sabe das coisas. Quando você ama uma pessoa da mesma forma que ama a você mesmo, o retorno que você tem é inigualável. Toda pessoa que é extremamente amada ama sem restrições. Se você reclama que não é bem tratado por sua esposa, pode ser você mesmo o responsável por isso.

A patinação em duplas deveria ser um exercício obrigatório para todo casal. Talvez fosse uma ideia bem legal que todos os casais fizessem aulas de patinação em duplas. Assim eles aprenderiam toda aquela plasticidade de relacionamento a dois. A cumplicidade, a suavidade, a sensualidade, o apoio, a segurança, a entrega incondicional, o cuidado, o lançar e o trazer de volta com segurança e carinho, são coisas que fazem falta no casamento e sobram na patinação em dupla.

A patinação em duplas e o casamento têm tudo em comum. Pratique os fundamentos da patinação em duplas no seu casamento, e viva a deliciosa sensação de ganhar uma medalha de ouro todos os dias.

1 de mar. de 2014

Morra Feliz!

Quase sempre paramos para avaliar programas, projetos, saúde, entre outras coisas, porém, avaliar o que temos feito da vida não é uma prática comum. Por isso, provavelmente, quando sentimos que nossa hora está chegando caiamos na tentação de avaliar o que fizemos ou não para, então, percebermos que é tarde demais.


Talvez você esteja pensando: “Nunca é tarde demais”. Será que não? Existem coisas que você não terá como fazer mais tarde, mesmo que você viva mais um século. Então, “o que vocês fizerem façam de todo coração, como se estivessem servindo ao Senhor e não as pessoas” (Cl 3: 23).

O livro “Os Cinco Principais Arrependimentos de Pacientes Terminais”, escrito por Bronnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pacientes terminais, revela cinco arrependimentos que estes têm:
  • Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim.
  • Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.
  • Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos.
  • Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.
  • Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.
Para não ficar chorando o leite derramando tenho cinco sugestões para uma morte feliz.

1 - É melhor agradar a Deus que aos homens.

É incrível o que fazemos para agradar as pessoas que estão ao nosso redor. Há dentro de nós um desejo natural de agradar, de ser agradável aos que nos cercam. Isso é muito bom. O grande problema é quando essa vontade nos leva ao absurdo. Nosso desejo de “fazermos parte do grupo” ou de sermos chamados de “gente boa” nos leva a fazer coisas que nos prejudicam, ou ofendem aos ensinamentos de Deus. Por vezes, para agradar a alguém que nos interessa, atropelamos outros ou cometemos erros horríveis.

Em sua carta aos gálatas Paulo nos diz: Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas? Não! O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo” (Gl1:10). Em sua carta aos coríntios ele explica o porquê: “Deus comprou vocês por um preço; portanto, não se tornem escravos de seres humanos” (ICo 7:23).

Então, agradar aos homens só é bom se for para agradar a Deus.

2 - Tenha Deus como prioridade.

Há dentro de nós um forte desejo de ter e por isso trabalhamos desesperadamente. Temos priorizado o ter ao invés do ser. Essa ambição desmedida por ter nos faz colocar a busca pelo material no lugar mais alto e o espiritual fica com o resto.

No sermão do monte Jesus deixou um sinal vermelho intermitente piscando para nós sobre isso quando disse: “Portanto, não fiquem preocupados, perguntando: “Onde é que vamos arranjar comida?” ou “Onde é que vamos arranjar bebida?” ou “Onde é que vamos arranjar roupas? Pois os pagãos é que estão sempre procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mt 6: 31 a 33).

Priorize Deus em sua vida, e o resto é resto.

3 - Ame as pessoas ao seu redor.

Ser amado é algo que nos faz sentir bem. E, talvez, o melhor momento para sentir se somos ou não amados deve ser nos dias finais de nossa vida.

Conheci um homem que tinha em sua casa uma plaquinha que dizia: “Aqui mora um solteirão feliz”. Penso que isso reflete uma pessoa que tem dificuldade de se entregar, de amar, de relacionar-se profundamente. Amar para mim só é possível quando há entrega. João nos mostra como devemos amar: “Foi assim que Deus mostrou o seu amor por nós: ele mandou o seu único Filho ao mundo para que pudéssemos ter vida por meio dele. E o amor é isto: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e mandou o seu Filho para que, por meio dele, os nossos pecados fossem perdoados. Amigos, se foi assim que Deus nos amou, então nós devemos nos amar uns aos outros.” (I Jo 4:9 e 11). Este é o parâmetro de amor que temos.

Paulo cita alguns mandamentos de relacionamentos: “Não cometa adultério, não mate, não roube, não cobice”, e depois avisa que esses e ainda outros mais são resumidos num mandamento só: “Ame os outros como você ama a você mesmo” (Rm 13:9). No meu entender fica assim: O parâmetro do amor com que devemos amar aos que estão ao nosso redor é o amor de Deus e a medida deste amor é o amor que sentimos por nós mesmos.

Você faria com você mesmo o que faz com os outros?

4 - Tenha muitos amigos.

Salomão nos diz que “algumas amizades nãos duram nada, mas um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão” (Pv 18:24). Por vezes alguns amigos nos saem melhores que muitos parentes. Bons amigos, por vezes, nos trazem momentos de grande alegria e prazer. Claro que familiares também podem fazer isso. Mas uma coisa que nos ajuda a passar pela vida de maneira mais bela são os verdadeiros amigos. Por isso, tenha quantos for possível. Há um amigo que você precisa ter acima de todos, ele é imprescindível: “Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos...” (Jo15:15).

Jesus é o amigo maior.

5 - Se permita ser feliz.

Creio que aqui sintetizamos o resultado dos itens acima. Alguém que coloca Deus como prioridade em sua vida e o agrade acima de tudo; que ame as pessoas ao seu redor e tenha grandes amigos não é infeliz. Não é possível. Não falo de momentos alegres, mas de felicidade que não depende de boas circunstâncias para acontecer. Falo da felicidade que só encontramos no íntimo relacionamento com Deus, amando nosso próximo com o mesmo amor que nos amamos. 

Priorize seu relacionamento com Deus. Tenha muitos amigos. Grandes amigos. Ame as pessoas ao seu redor independentemente de quem elas sejam ou façam, e deixe que elas percebam que são amadas. Diga isso a elas. Ame a você mesmo intensamente. Assim, com certeza, nos momentos finais de sua vida, ao avaliar-se você poderá dizer como Paulo: “Quanto a mim, a hora já chegou de eu ser sacrificado, e já é tempo de deixar esta vida. Fiz o melhor que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé. E agora está me esperando o prêmio da vitória, que é dado para quem vive uma vida correta” (II Tm 4:6 a 8).

E então, morra feliz.