Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

23 de ago. de 2012

Belos pés.


Uma parte do corpo feminino que sempre me atraiu são os pés. E quando falo em pés, lembro-me de uma das coisas que fizeram ver que Ana seria minha esposa. Saímos de um encontro de jovens e fui para o ponto de ônibus. Era o segundo dia em que nos víamos. Estava no ponto quando vi o grupo de jovens da igreja dela que, como moravam próximo, iam caminhando para casa. Ana, no meio daquela turma, com as sandálias nas mãos caminhava com os seus lindos pés no chão. Quando vi aquilo eu pensei: “Senhor, é essa. Não tenho dúvida alguma”. E foi. E é. E será, até que a morte nos separe.

Mas os pés femininos sempre me chamaram a atenção. Tão pequenos, ou até maiores, sempre bem limpinhos, cuidados, são lindos. Não chegava a ser uma tara, mas sempre admirei os pés das mulheres ou moças que estivessem próximas. Não gostava de ver pés sujos, maltratados, como os de uma hippie que encontrei uma vez na cidade. Como uma mulher poderia ficar com os pés daquele jeito? Ainda hoje admiro muito os pés.  Da minha esposa, é claro. Mesmo não sendo mais aqueles pés de 27 anos atrás.

A Bíblia cita esta parte do corpo muitas vezes, mas a que mais me chama a atenção é uma que me mostra que não preciso de clinicas para cuidar dos meus pés. As podólogas vão morrer de raiva, pois nunca terão o prazer de botar suas mãos em meus pés. Não preciso gastar dinheiro com produtos e tratamentos, quase sempre caros, para ter pés lindos. Há uma receita infalível dada por Isaias: “Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina” (Is 52:7)! É um texto delicioso que me enche de alegria por sabe que mesmo se meus pés forem os mais feios de todos os pés, se forem tortos, sujos, cheios de calos, rachados, com um chulé de matar e tudo mais que fizer você sentir nojo deles, ainda assim posso ter os meus pés lindos, formosos, cheirosos, diante de Deus.

 Anunciar as boas-novas. Proclamar a paz. Anunciar coisas boas. Proclamar a salvação. Dizer que Deus reina, que ele está no controle de tudo e quer estar no controle de nossas vidas. É simples assim. Aliás, as coisas que Deus nos pede são sempre muito simples. Nós é que complicamos tudo. Quando digo que são simples, estou pensando na promessa dele de que em tudo estaria conosco. Então o que precisamos aprender é trabalhar COM Deus, e não POR Deus. Cansa muito menos trabalhar COM ele. Ele não quer que trabalhemos por ele, pois o trabalho dele ele já fez. Já imaginou se ele fosse esperar por nós para fazermos o trabalho dele? Nem quero pensar.

Mulheres, tratem sim dos seus pés! Vão para as podólogas, pedicures e em todos os lugares onde possam fazer seus pés cada vez mais lindos. Seus maridos, seus noivos, seus namorados, suas famílias e seu corpo agradecem. Homens, se vocês acharem que devem, podem ir também, não há nada contra. Suas esposas, suas noivas, suas namoradas, suas famílias e seu corpo agradecem também. Faz bem. Mas, não se esqueçam da beleza dos seus pés que realmente conta diante de Deus. Usem e abusem da receita de Isaias. Tornem seus pés cada dia mais lindos e mais formosos diante de Deus sendo um proclamador das Boas Novas de Salvação.

16 de ago. de 2012

As mãos do judoca.


Durante as olimpíadas um judoca parou a luta duas vezes para enrolar uma proteção em seus dedos que sangravam. Um comentarista, que também era um lutador, disse que normalmente as mãos de um judoca são muito feias, cheias de calos. Por isso que muitos deles usam esparadrapos enrolados nos dedos numa tentativa de diminuir os estragos. Falou também que se alguém dissesse que lutava judô e tivesse as mãos muito macias alguma coisa estava errada.

Tenho um tio que todas as vezes que eu apertava sua mão, sentia as marcas que os cabos de enxada haviam deixado nelas. Um lutador no dia a dia nas suas terras, preparando-as para a plantação. As marcas estavam bem vivas. Bem evidentes.

As repetições quase sempre deixam marcas que são visíveis. Estas marcas não acontecem por uma ou outra vez de prática. A constância, a repetição de um mesmo gesto, de uma mesma atividade, os treinos intensivos produzem estas marcas que ficam tão visíveis ou, no caso do meu tio, tão perceptíveis ao toque. São várias horas de atividade. Vários dias, meses, anos de atividade intensa que levam estas marcas a ficarem tão fortes. Chegam mesmo a se tornarem aberrações, com as orelhas dos praticantes de algumas modalidades de lutas.

Quando ando pelas ruas vejo pessoas com o nome de Jesus tatuado em alguma parte do seu corpo. Algumas carregam, ainda, a Bíblia nas mãos ou debaixo do braço. Outras usam camisas, bonés, pingentes ou outras coisas com o nome de Jesus, ou algo que o identifique como cristão. Seria só isso? Nas prisões também vemos prisioneiros com estas tatuagens. Em algumas reportagens vemos bandidos nos morros usando camisetas com expressões cristãs e de arma nas mãos. Então não pode ser só isso.

As marcas de Cristo são aquelas atitudes que nos identificam com ele. Quando queremos tirar uma cópia de um documento, chegamos ao balcão e falamos: “Tira uma Xerox para mim”. A palavra “xerox” é uma marca que passou a identificar um procedimento – fazer uma cópia. A nossa maneira de viver deve identificar a “marca” de Cristo em nossa vida.

No seu discurso em Siquém, Josué lembra ao povo tudo quanto Deus já fizera entre eles, e os exorta a viverem de maneira que valorizassem aquilo que haviam recebido pela graça de Deus: “Esforçai-vos, pois, para guardar e cumprir tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés, para que dela não vos desvieis nem para a direita nem para a esquerda; mas ao Senhor vosso Deus vos apegareis, como fizeste até o dia de hoje; portanto, cuidai diligentemente de amar ao Senhor vosso Deus” (Js 23:6, 8 e 11). Sem esforço as marcas não acontecem.

Uma vida centrada na Palavra de Deus, livre dos desejos que o mundo oferece, não aceitando a mistura com coisas que não edificam, cuidando da língua e colocando Deus em primeiro lugar pode deixar marcas profundas. Para se conseguir isso, é necessário esforço cotidiano. Não se consegue os “calos” de uma vida com Deus sem um esforço diário, sem busca diária.

Pergunte a um judoca que disputa uma olimpíada quantas horas de treino ele tem por dia. Pergunte a um trabalhador rural quantas horas de trabalho foram necessárias para ficar com as mãos marcadas daquele jeito. Tenho certeza que não serão apenas algumas poucas horas no domingo, ou na quarta-feira a noite, como costumamos pensar que é suficiente para o nosso fortalecimento como servos de Deus.

Na carta aos gálatas o apóstolo Paulo fala sobre a circuncisão que estava sendo exigida como uma marca de santidade mostrada na carne, então ele deixa a sua declaração: “Ninguém me inquiete, pois eu trago no meu corpo as marcas de Jesus” (Gl 6:17). Não era apenas das marcas externas pelo sofrimento que tivera por amor a Cristo que ele falava, mas também das marcas que o levara a dizer que era um imitador de Cristo (I Co 11:1).

Quais são as marcas que temos em nós? Quais são as coisas que tem sido constantes em nossa vida e que produzem marcas em nós? Quando as pessoas nos olham, quais são as marcas visíveis que observam nitidamente? São as marcas de Cristo? Ou são as marcas do mundo?

Pensemos nisso.

11 de ago. de 2012

Tal pai, tal filho. Pode ser?

Já disse que sou apaixonado por desenho animado. Um desses que revejo várias vezes é “Procurando Nemo”. Acho fantástica a dedicação daquele pai meio atrapalhado, medroso, mas, com uma paixão imensa pelo filho. Uma dedicação que o leva a ultrapassar todos os seus limites em busca do filho que se havia perdido. Por todos os perigos e ameaças que enfrentou na sua procura, seria completamente compreensível se tivesse desistido e, quem sabe, continuado com a Dory para ter novos Nemos. Mas ele vai até o final e volta feliz com o seu filho.

Não consigo entender alguns pais que por muito pouco desistem dos filhos. Eu não me vejo desistindo das minhas filhas. Em qualquer situação que elas se meterem, eu estarei por lá. Se for necessário brigar com elas por algum erro cometido, eu brigarei. Mas também brigarei por elas sempre. Isso eu aprendi com meu pai. Um homem simples que deu e continua dando lições para a vida toda. Quantas coisas aprendi com ele.

Com toda a sua simplicidade e dentro dos seus limites, não deixou que nada faltasse em nossa casa. Sua preocupação com nossa vida moral sempre foi muito grande. Nos educou nos caminhos cristãos mais dando exemplo do que falando. E quando alguns de nós por algum motivo nos desviamos nunca nos julgou e nem nos abandonou. Ao contrário, se preocupava intensamente e, acima de tudo, nos entregava a Deus em suas constantes orações ajoelhado ao lado da sua cama.

Hoje todos nós já somos bem grandinhos, alguns até um pouco velhinhos, mas seu amor, sua preocupação, sua dedicação, para com todos continua igual. É como se ainda fôssemos bem pequenos. Eu tenho um grande exemplo a seguir como pai. Se em algum momento eu falhei, ou vier a falhar como pai, não será por culpa dele. Foi, e é, o melhor pai que alguém poderia ter. Nunca tive dificuldades para entender Deus como pai, por que a figura de pai para mim é uma coisa fantástica.

Todo filho, eu creio, dependendo do pai, virá a ser igual ou bem semelhante ao pai. Dou graças a Deus por que sou bastante parecido com o meu. Minha avó Angelina, mãe do meu pai, me olhava com seus lindos olhos azuis, seu cabelo branquinho e um pouco grande enrolado em um coque preso com um grande grampo, tipo um arame bem fininho, no alto da nuca, e com um sorriso bem doce me dizia o quanto eu era parecido com meu pai. Ninguém melhor do que ela para dizer isso. E eu sou muito feliz por ver que isso é verdade. Tenho tentado ser igual, mas ainda estou em falta.

Isto me lembra a expressão do apóstolo Paulo que tinha a coragem de dizer: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (I Co 11:1).

Creio que posso imitar meu pai, pois ele se parece com Cristo. Acho mesmo que posso pedir as minhas filhas que me imitem, pois, se não me pareço totalmente com Cristo, pelo menos tenho tentado.

Seu filho se parece com você em seus gestos, suas atitudes, suas palavras? Se seu filho vier a se parecer com você, como ele será? Seu filho pode ser parecido com você?

Um dia, vendo o nome de uma flor, eu disse para minha esposa: “Já tenho meu epitáfio”. Ela, coitada, achando que era sério, perguntou qual. Eu respondi prontamente: “Aqui jaz mim”. Minhas filhas dizem que isso é piada de pastor e que, no seminário, deve ter uma aula especial de piadas sem graça para pastores. Mas, voltando a falar sério, se houvesse uma lei que obrigasse os seus filhos a escreverem alguma coisa no seu epitáfio (palavrinha feia), o que eles escreveriam? O que minhas filhas escreveriam?

Pais, pensemos bem em que tipo de pai temos sido. Ainda dá tempo para mudar as palavras da nossa lápide (palavrinha feia também).

2 de ago. de 2012

Xibolete


Quando você conversa com uma pessoa e percebe que em palavras com “s” ela utiliza um som do “x” como, por exemplo, experto e não esperto*, logo você pensa: “Esse é carioca”. Não é verdade? Pois o Xibolete é mais ou menos isso ai. Um som característico de um grupo de pessoas que só os nativos, puros, conseguem falar corretamente.

Eu disse mais ou menos porque qualquer um pode imitar bem um carioca. No caso do xibolete não é possível. É como nosso “ão”, que só nós brasileiros conseguimos expressar de maneira correta.

Xibolete é uma transliteração da palavra hebraica “shibboleth” que alguns traduzem como “espiga de milho” e outros como “corrente de água”. Esta palavra foi usada como uma senha para distinguir entre duas tribos semitas, os gileaditas e os efraimitas, que tinham travado uma guerra. Os soldados gileaditas, vencedores desta batalha, para evitar que inimigos sobreviventes chegassem ao Rio Jordão, exigiam que os viajantes falassem shibboleth. Os efraimitas não tinham o fonema com som de “x” na língua deles, então diziam sibboleth. Erravam a senha e morriam. Esta história esta no Velho Testamento (Juizes 12:1 a 15).

Então, xibolete era uma senha que valia a vida.

Dai a ideia de mudar o nome do meu blog para XIBOLETE. É uma palavra que eu sempre gostei e tem tudo a ver com o que quero deste blog.

Quando criei este blog em 2008 com o nome de “Eu Pensei” minha vontade era apenas colocar algumas coisas que escrevia, mas agora em 2012 começaram a aparecer textos diferentes. O estopim foi minha decepção com o sr. Demóstenes, que inspirou o primeiro texto desse ano, com o título “Quem tem ficha limpa que atire a primeira pedra”. E o foco mudou.

Tenho me preocupado em escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós. Meu objetivo é usar este espaço para dar algumas “senhas” para que nós, povo de Deus, possamos falar uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que penso ser a vontade de Deus.

Não tenho a pretensão de ser reconhecido por nada, mas fico muito feliz de ver que pessoas de vários países, além do Brasil, estão lendo meus textos com certa regularidade. Nunca pensei que chegasse a isso. Minha intenção era atingir os amigos e conhecidos que tenho. Mas Deus tem me dado a alegria de ultrapassar fronteiras.

Quero agradecer a você que tem lido, tem comentado, tem compartilhado, tem indicado meu blog e está me seguindo. Muito obrigado. Vou continuar tentado ser bem simples, mas verdadeiro naquilo que digo. Meu objetivo é colocar pelo menos um texto por mês, se Deus assim me permitir.

No final das contas, ainda que nenhuma das minhas palavras tenha servido para alguma coisa, tenho tido a preocupação de sempre citar alguns textos bíblicos, pois, pelo menos eles, certamente irão te dizer alguma coisa, e assim te possibilitar uma linguagem que o identifique como um cristão genuíno. A senha para a vida estará garantida.

*Obs.: A palavra “experto” também existe. Ela significa especialista ou perito. (uau, meu blog também é cultura)