Acordei bem cedinho naquele dia. Acordar cedo faz o dia ficar
maior e posso aproveitar mais a vida. Tomei um banho bem gostoso. A água descia
pelo meu corpo bem suave e pude ficar um longo tempo ali desfrutando daquele
momento. Não havia o risco de faltar água.
Coloquei a minha roupa. Botei um perfume. Tomei meu café com pão e manteiga tranquilamente. De manhã tem que ser café com pão e manteiga. Então fui para o ponto e logo o ônibus veio. Parece que ele estava ali na esquina só me aguardando. Havia lugar para eu sentar e, apesar de não fazer muito calor, o ar-condicionado estava ligado proporcionando um clima bem gostoso dentro dele.
O trânsito era o melhor possível. Havia uma grande quantidade veículos nas ruas, mas não havia engarrafamentos. Todos respeitavam as leis de transito com muita paciência e esmero. Paravam nos sinais, não buzinavam sem necessidade, sorriam e se cumprimentavam com grande entusiasmo.
Quando desci no centro da cidade para trabalhar, notei que havia perdido minha carteira com todos os meus documentos e algum dinheiro. Comecei a procurar uma delegacia para registrar a perda de documentos e não encontrei. Alguém me informou que as delegacias, e os quartéis de policia militar, não existiam mais, pois não havia necessidade deles. Afinal, a violência era zero. Não havia mais nenhum tipo de roubo, trafico de drogas, assassinatos e nem mesmo brigas de vizinhos ou de casais. Fui orientado a procurar uma agencia do correio, pois tudo que era perdido era levado para lá. Então, muito surpreso, descobri que minha carteira estava ali, intacta. Todos os meus documentos e todo o dinheiro. Nada havia sumido.
Chegando ao local de trabalho fui desculpar-me pelo atraso e meu
chefe disse que não precisava, e inclusive, naquele dia, estava me dando um
aumento de 50%, pois eu era um excelente funcionário. Convidou-me para almoçar
com ele e pagou a despesa. Ao sairmos para almoçar observei uma pessoa
carregando uma sacola de plástico transparente, tipo essas de mercado, com uma
grande quantidade de dinheiro. Ao chegar mais perto vi que eram notas de R$
100,00. Perguntei se ele não corria um grande risco e ele tranquilamente me
disse que não havia perigo algum, pois não havia relatos de assaltos ou roubos
na cidade já fazia anos.
Ao sair do trabalho caminhava pelas ruas maravilhado de ver as pessoas se cumprimentado e sorrindo umas para as outras. O dia não poderia ter sido melhor. Até que, de repente, começou um barulho intermitente, forte e bem alto. Eu me virei para o lado e desliguei o alarme do meu celular que acabara de disparar, me avisando que era hora de acordar.
Na realidade nem este sonho existiu. Foi apenas elucubração minha. Mas seria bom demais um lugar desses. Você consegue imaginar isto? Creio que estamos tão acostumados com a vida muito louca que levamos nas nossas cidades tão violentas e engarrafadas, com pessoas mal humoradas ou mal educadas, tão egoístas, que qualquer coisa parecida com o relato acima só pode ser um sonho.
Um dia desses tenho certeza que vou viver algo parecido. Não precisa ser logo, pode demorar um pouco. Não será um lugar com carros e ônibus, ou qualquer coisa parecida. Para falar a verdade nem mesmo sei como será, mas tenho certeza que em nada se compara com o que vivemos aqui.
Em suas revelações, João nos diz que viu a Cidade Santa e nos
relata tudo que viu (Ap 21 e 22). E tudo é de um deslumbramento só. É algo tão
grandioso que, não encontrando palavras suficientes para descrever, João usa de
todo tipo de pedras e metais preciosos para nos dar apenas um vislumbre daquilo
que será o lugar prometido por Deus para aqueles que forem obedientes a sua
Palavra. Ele lista algumas coisas que
não veremos ali: lágrimas, morte, tristeza, choro, dor, templo, sol, lua,
noite, maldição. Diz também que tipo de pessoas não estarão ali: "os
covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem
imoralidade sexual, os que praticam feitiçarias, os idólatras, e todos os
mentirosos", e ainda " nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém
que pratique o que é vergonhoso ou enganoso".
Fico pensando nas surpresas que teremos ali. Julgamos com muita facilidade e cravamos quem vai e quem não vai para este lugar, mas creio que vamos ser surpreendidos. Por isso, o melhor a fazer é seguir a orientação de Cristo: "não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados" (Mt 7:1,2). E nunca esquecer o ensino dado por Davi: "Contigo também, Senhor, está a fidelidade. É certo que retribuirás a cada um conforme o seu procedimento" (Sl 62:12). O que é confirmado por Jesus na visão de João: "A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez".
Um dia desses, não mais estarei aqui. Mas, enquanto aqui, "esmurro meu corpo e o reduzo à escravidão" (I Co 9:27) para que quando este dia chegar eu alcance a promessa, pois Jesus, nesta revelação feita a João, diz que são "Felizes os que lavam as suas vestes, e assim têm direito à arvore da vida e podem entrar na cidade pelas portas".
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