Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

16 de ago. de 2012

As mãos do judoca.


Durante as olimpíadas um judoca parou a luta duas vezes para enrolar uma proteção em seus dedos que sangravam. Um comentarista, que também era um lutador, disse que normalmente as mãos de um judoca são muito feias, cheias de calos. Por isso que muitos deles usam esparadrapos enrolados nos dedos numa tentativa de diminuir os estragos. Falou também que se alguém dissesse que lutava judô e tivesse as mãos muito macias alguma coisa estava errada.

Tenho um tio que todas as vezes que eu apertava sua mão, sentia as marcas que os cabos de enxada haviam deixado nelas. Um lutador no dia a dia nas suas terras, preparando-as para a plantação. As marcas estavam bem vivas. Bem evidentes.

As repetições quase sempre deixam marcas que são visíveis. Estas marcas não acontecem por uma ou outra vez de prática. A constância, a repetição de um mesmo gesto, de uma mesma atividade, os treinos intensivos produzem estas marcas que ficam tão visíveis ou, no caso do meu tio, tão perceptíveis ao toque. São várias horas de atividade. Vários dias, meses, anos de atividade intensa que levam estas marcas a ficarem tão fortes. Chegam mesmo a se tornarem aberrações, com as orelhas dos praticantes de algumas modalidades de lutas.

Quando ando pelas ruas vejo pessoas com o nome de Jesus tatuado em alguma parte do seu corpo. Algumas carregam, ainda, a Bíblia nas mãos ou debaixo do braço. Outras usam camisas, bonés, pingentes ou outras coisas com o nome de Jesus, ou algo que o identifique como cristão. Seria só isso? Nas prisões também vemos prisioneiros com estas tatuagens. Em algumas reportagens vemos bandidos nos morros usando camisetas com expressões cristãs e de arma nas mãos. Então não pode ser só isso.

As marcas de Cristo são aquelas atitudes que nos identificam com ele. Quando queremos tirar uma cópia de um documento, chegamos ao balcão e falamos: “Tira uma Xerox para mim”. A palavra “xerox” é uma marca que passou a identificar um procedimento – fazer uma cópia. A nossa maneira de viver deve identificar a “marca” de Cristo em nossa vida.

No seu discurso em Siquém, Josué lembra ao povo tudo quanto Deus já fizera entre eles, e os exorta a viverem de maneira que valorizassem aquilo que haviam recebido pela graça de Deus: “Esforçai-vos, pois, para guardar e cumprir tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés, para que dela não vos desvieis nem para a direita nem para a esquerda; mas ao Senhor vosso Deus vos apegareis, como fizeste até o dia de hoje; portanto, cuidai diligentemente de amar ao Senhor vosso Deus” (Js 23:6, 8 e 11). Sem esforço as marcas não acontecem.

Uma vida centrada na Palavra de Deus, livre dos desejos que o mundo oferece, não aceitando a mistura com coisas que não edificam, cuidando da língua e colocando Deus em primeiro lugar pode deixar marcas profundas. Para se conseguir isso, é necessário esforço cotidiano. Não se consegue os “calos” de uma vida com Deus sem um esforço diário, sem busca diária.

Pergunte a um judoca que disputa uma olimpíada quantas horas de treino ele tem por dia. Pergunte a um trabalhador rural quantas horas de trabalho foram necessárias para ficar com as mãos marcadas daquele jeito. Tenho certeza que não serão apenas algumas poucas horas no domingo, ou na quarta-feira a noite, como costumamos pensar que é suficiente para o nosso fortalecimento como servos de Deus.

Na carta aos gálatas o apóstolo Paulo fala sobre a circuncisão que estava sendo exigida como uma marca de santidade mostrada na carne, então ele deixa a sua declaração: “Ninguém me inquiete, pois eu trago no meu corpo as marcas de Jesus” (Gl 6:17). Não era apenas das marcas externas pelo sofrimento que tivera por amor a Cristo que ele falava, mas também das marcas que o levara a dizer que era um imitador de Cristo (I Co 11:1).

Quais são as marcas que temos em nós? Quais são as coisas que tem sido constantes em nossa vida e que produzem marcas em nós? Quando as pessoas nos olham, quais são as marcas visíveis que observam nitidamente? São as marcas de Cristo? Ou são as marcas do mundo?

Pensemos nisso.

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