Uma jovem falando da alegria por tudo que aconteceu nestes dias aqui
no Rio, disse: “Eu queria que o Papa ficasse aqui”. Sério, eu também queria.
Seria muito bom continuar vivendo tudo que aconteceu aqui nestes dias. Ver uma
massa de pessoas em um único lugar, como na missa em Copacabana, sem tumultos,
brigas, bebedeiras e outras tantas coisas que acontecem nestes ajuntamentos é
algo para se elogiar e desejar que continue.
Foi muito bom ver grupos de jovens andando pela cidade com um bom
propósito no coração. Várias línguas falando num só dialeto, o do amor, da
paixão, da comunhão com outros iguais e com os diferentes, a linguagem da paz
que Deus almeja de todos nós, a cooperação e tantas outras coisas mais.
E o Papa? Confesso que ele me encantou com suas palavras sempre bem
corretas. Sua postura como servo humilde, sem prepotências como vemos em alguns
que conhecemos. Ele conseguiu em uma semana o que em tantas décadas não
conseguiram. Não me causará nenhum espanto se a igreja católica der um upgrade
no Brasil depois desta visita.
Agora que o Papa foi embora, toda essa epidemia de boa convivência,
amor, compaixão, ardor por Deus, e tudo mais que pudemos ver nestes dias
continuará ou ficará na história apenas como mais um grande evento, como a Copa
das Confederações, onde muita gente ganhou dinheiro, outros perderam, e outros
nem ganharam nem perderam, e mais um gasto exorbitante do dinheiro público? Um
evento que dirá que o Rio pode sim receber outros grandes eventos, apesar dos
pesares.
O Papa foi embora, e se Deus é brasileiro, como o próprio Papa
brincou, ou não, eu não quero saber. O que fica no ar é a pergunta sobre o que
será feito com tudo que ele ensinou nestes dias.
Uma das frases dele é que precisamos nos deixar ser “surpreendidos por Deus”. Talvez todos
tenham sido surpreendidos pelo Papa aqui nestes dias. Agora ele vai embora e
não haverá mais esse contato tão “estreito” com ele. Será que a distancia não
fará perder o encantamento, e a surpresa agradável não será substituída pela
frieza, pelo esquecimento dos ensinamentos, e dará lugar a volta do antes da
visita do Pontífice? O povo tão piedoso e cristão destes dias não voltará cada
um para o seu próprio umbigo, como antes?
Sabe o porquê das perguntas? É
muito simples. Quando Cristo esteve aqui causou grande alvoroço, mudou a
história, dividiu a história em antes e depois dele, e quando foi embora deixou
prometeu: “Eu estou com vocês todos os
dias, até o fim dos tempos” (Mt 28:20). Então, temos a promessa da
permanência diária dele conosco, a presença real dele ao nosso lado em cada
segundo de nossa vida, e que importância temos dado para esse fato? Talvez se
ele estivesse passado aqui esta semana, acontecesse um grande alvoroço também,
mas e depois?
É totalmente válido para nós o texto irritado que Deus envia através
de Malaquias: “O filho respeita o pai, e
o escravo respeita o seu senhor. Se eu sou o Pai de vocês, por que é que vocês
não me respeitam? Se eu sou o seu Senhor, porque não me temem? Vocês me desprezam,
mas mesmo assim perguntam: ‘Como foi que te desprezamos?’” (Ml 1:6).
Eu gostaria que o Papa ficasse aqui. É verdade. Gostaria mesmo. A
presença dele aqui, pelo menos durante um bom tempo, faria que as pessoas
mudassem um pouco. Pelo menos por um tempo.
Mas Cristo está aqui o tempo todo. Não falo daquele Cristo lá no
Corcovado que precisa de manutenção periódica senão cai, mas do Cristo que
morreu e ressuscitou por nós. Ele está presente conosco o tempo todo. Então,
proponho que tenhamos um pouco mais de reverência com a presença dele, e
vivamos uma vida que o agrade. Que realmente represente a importância que ele
tem para nós.
É assim que você tem vivido?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário, pois é sempre bom saber o que você pensa.