Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

7 de nov. de 2015

Eternamente hoje.

No dia das crianças, vi duas matérias na TV dedicadas a garotada. Numa delas o repórter deveria perguntar as crianças se elas se preocupavam com o futuro. Dos vários entrevistados apenas um disse que, por causa da alta do dólar e da inflação, estava preocupado. Todos os outros disseram que só pensavam no presente. Nenhuma delas queria saber do que pode ou não vir.

Estas crianças estão muito certas. A nossa ansiedade por esta coisa chamada futuro nos faz viver dias de muitas loucuras. Vivemos preocupados com  amanhã que nos assusta, que nos aterroriza pelo medo de como será. Eu penso que o futuro é apenas uma ilusão criada, com boas intenções, que no fim nos maltrata muito. O futuro não existe. Apenas o hoje existe.

Sei que muitos vão querer me excomungar, por que afinal de contas, vão dizer, foi Deus quem inventou o futuro. Na criação Deus separou a luz das trevas, e o texto diz que "Deus chamou à luz dia e às trevas, noite" (Gn 1:5). Mas quem disse que isso deveria durar 24 horas e significar que era um dia? Se formos pensar assim, teríamos que mudar a manhã e a tarde, pois na sequencia o texto diz que "Houve tarde e manhã" (Gn 1:5,8,13,19,23,31), então, vivemos a sequencia errada. A certa seria noite, tarde e manhã.

"Os babilônios, povo que viveu entre 1950 a.C. e 539 a. C., na Mesopotâmia foram os primeiros a marcar a passagem do tempo" informa o site "mundoestranho.abril.com.br". O mesmo site diz que "O relógio mecânico só surgiu no século 14 e atrasava 15 minutos por dia - um dia a cada três meses!" Depois alguns ajustes chegamos ao sistema que hoje vivemos. Mas Deus não segue este nosso tempo. Ele é atemporal. Pedro nos ensina isso quando avisa para não nos esquecermos de uma coisa: "para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia" (II Pe 3:8).

Vivemos no hoje eterno. Para alguns o hoje dura muitos sóis e muitas luas, para outros, nem tanto. Amanhã é apenas uma utopia criada para nos mover em função de alguma coisa. Mas ele nunca chega. Ninguém nasceu amanhã. Ninguém casou amanhã. Ninguém morreu amanhã. Mas você pode argumentar que amanha você irá se casar, seu filho irá nascer. Esta é apenas uma pretensão vangloriosa, segundo Tiago: "Ouçam agora vocês que dizem: 'hoje ou amanha, iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro'. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanha! O que é a sua vida?" (Tg 4:13,14).

O amanha que você tanto espera, pode não chegar. E, se chegar, deixará de se chamar amanhã, será chamado de "hoje". Então, o amanha não existe. Ele é apenas uma unidade de tempo inventada para fazer você sonhar, ou se desesperar.

O dicionarioinformal.com.br trás o texto de François Camargo que diz: "Não se deixe enganar pelo tempo. Ele é ardiloso, te conduz sem que percebas. Num momento um sorriso infantil. Noutro as rugas da preocupação." Aí volto para as crianças entrevistadas que não queriam saber do futuro, só lhe importavam viver o hoje. Elas estão certíssimas. Hoje é o tempo de fazer. Hoje é o tempo a ser aproveitado. Uma mulher vitima de câncer, disse numa reportagem que "O importante é acrescentar vida aos nossos dias, e não dias à nossa vida". Ela está vivendo a fase das crianças.

Quando os discípulos questionaram Jesus sobre quem seria o maior no reino dos céus, Cristo chama uma criança e faz uma advertência: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como uma criança, jamais entrarão no Reino dos céus" (Mt 18:2). Porque crescemos e ficamos assim, tão esquisitos? O que fizemos de nós?

Aí volto para a outra reportagem. Duas crianças deveriam entrevistar outras que praticavam esportes. Encontram um pequeno que lutava judô e perguntam se ele gostava, a resposta é afirmativa. Então a segundo pergunta: "O que você gosta mais de fazer na sua vida?" Apenas preocupado em viver seu hoje, aquele garoto responde de imediato: "Gosto das ferias". A honestidade, a simplicidade, a despreocupação com "o que vão pensar de mim", faz das crianças o mais belo exemplo para quem quer "entrar no Reino dos céus".

Outro menino, um pouco mais velho, filho de uma amiga, perguntou à mãe se jogador de futebol ganhava muito dinheiro. A mãe respondeu que sim. O garoto insistiu e quis saber se mesmo os que ficavam na reserva ganhavam muito. A resposta da mãe foi afirmativa. Então ele pensou e disse: "Mãe quero ser jogador de futebol. Mas quero ser da reserva." Mal saiu da infância seu pensamento já era de "se dar bem". Ganhar muito, mas jogar pouco.

Por que somos assim? Por que mudamos tanto? Talvez seja a imensa preocupação com o nosso amanhã, que nunca chegará na verdade, pois apenas o hoje é uma realidade. O passado não passa de meras lembranças, que podem desaparecer à medida que os "hoje" se multiplicam.

No grande sermão Jesus afirma que a vida vale muito mais do que comida, bebida e vestimenta, as preocupações do dia a dia, e diz que o Pai sabe de todas as nossas necessidades e ensina: "Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas" (Mt 6:33). E ao final ele diz: "Basta a cada dia o seu mal" (Mt 6:34).

O autor da carta aos hebreus ensina: "exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje" (Hb 3:13). Portanto, viva o seu hoje como ele deve ser vivido. Intensamente, mas na perspectiva divina. Do jeito que Deus quer. O ontem é só uma simples lembrança que pode lhe dar algumas boas dicas. O amanha? Esquece. Pense nele apenas para não perder as esperanças. Mas viva o seu hoje intensamente, e eternamente.

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