Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

7 de set. de 2014

Mas, porém, todavia, entretanto...

A língua portuguesa é muito bonita, mas muito complexa. Pelo menos para mim. Nos meus tempos de ginásio (sim, é verdade, sou desse tempo) sofria muito com a língua portuguesa. Gostava muito de interpretação de texto e redação que, nas provas de português, eram minha salvação, pois quando juntavam suas notas com a de gramática as duas primeiras faziam meu conceito final ficar bem acima da média. Ainda assim consegui ficar reprovado e tive que fazer aulas de recuperação uma vez. Não me lembro o motivo, pois já se passaram alguns anos. Afinal, como disse antes, sou do tempo do ginásio.

Não entendia porque tinha que estudar fonologia, morfologia e sintaxe, pois na hora de escrever nunca iria ficar analisando o porquê de escrever esta ou aquela palavra. Apenas escreveria a palavra que mais se enquadrasse com meus pensamentos sem me preocupar qual a função dela no texto. Como gostava muito de ler achava que isso me bastaria para me ajudar a escrever bem. Sei que não sou um craque em português, mas sei também que escrevo de maneira bem correta. Ainda sou novo, ainda posso aprender.

Uma das coisas que tive que estudar foi sobre conjunções. Lembra-se delas? Conjunções coordenativas e conjunções subordinativas. Elas me causaram alguns problemas naquela época, mas hoje me ajudam a esclarecer algumas coisas.

Por exemplo: hoje já posso entender que Isaias era um produto do meio por causa de uma conjunção coordenativa aditiva: “e”. Esta conjunção liga orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. Isaias revela em seu livro: “Ai de mim! Estou pedido; porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros” (Is 6:5). Com esse simples “e” ele se inclui no meio de uma massa de infratores das leis divinas, e agora diante da santíssima presença de Deus se reconhece um Maria-vai-com-as-outras.

Ao reconhecer sua situação desesperadora, e arrepender-se dela, vê um anjo do Senhor tocar seus lábios com uma brasa e anunciar: “Agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estão tiradas, e os seus pecados estão perdoados” (Is 6:7). Aqui entra uma conjunção temporal: “agora que”. Isto nos leva a entender que Isaias já não era mais o mesmo. Seus lábios tinham sido purificados. Seus pecados estavam perdoados. Porém, como toda bênção de Deus vem com uma responsabilidade, Isaias ouve: “A quem enviarei? Quem irá por nós?” (Is 6:8). Entendendo que Deus o convocava ele responde: “Aqui estou eu, envia-me” (Is 6:8).

Os lábios, agora purificados, são enviados para levar a mensagem ao povo. Lábios impuros não poderiam fazer isto. Iriam prejudicar ainda mais a situação daquele povo.

Mas também o aprendizado das conjunções me ensina que é possível viver no meio de um povo de lábios impuros e corações que desagradam a Deus, mas não contaminar-se. Noé viveu em um mundo depravado, mas continuou puro. A imoralidade era tão grande que faz Deus arrepender-se da criação: “Então o Senhor arrependeu-se de haver feito o homem na terra e isto lhe pesou no coração” (Gn 6:6).

Noé não foi produto do meio. O texto bíblico nos diz que ”Noé, porém, encontrou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6:8). Aqui encontramos uma conjunção coordenativa adversativa expressando ideia de contraste: “Porém”. Entre toda aquela gente apenas Noé não fazia parte da massa. Ele se excluía daquela baderna generalizada que era o dia a dia do ser humano. Ele contrastava com tudo aquilo que havia ali. Noé era um estranho no ninho.  

O texto sagrado nos mostra porque Noé achou graça aos olhos de Deus: “Ele era homem justo e íntegro em sua geração” (Gn 6:9). Como esse cara conseguia isso? Como ser justo e integro no meio de tanta bandalheira? Qual o parâmetro de justiça e integridade que ele tinha se não existia isso ao seu redor? A continuação do texto nos mostra qual o segredo de Noé: “e andava com Deus” (Gn 6:9). Noé tem outra conjunção em sua vida. É a conjunção que acrescenta mais alguma coisa a vida desse homem, adiciona mais um item importantíssimo no seu dia a dia, e nos faz entender o porquê da disparidade entre o seu comportamento e dos seus contemporâneos: Noé andava com Deus.

Noé não visitava Deus aos domingos ou quartas na igreja. Noé não dava um alô para Deus alguns minutos por dia, ou uma vez por semana. Noé andava com Deus. Deus era parte da sua vida. Deus era a sua própria vida. Não havia nada que o fizesse mudar. Ele decidiu não se contaminar, assim como fez Daniel no cativeiro (Dn 1:8). Ele não aceitou ser produto do meio. Por isso Deus o honrou livrando-o, junto com sua família, da destruição de toda a humanidade.

A narrativa de Gênesis nos informa que “a terra, porém, estava corrompida diante de Deus e cheia de violência” (Gn 6:11). Hoje não vivemos situação muito diferente. Somos cercados por todos os lados de situações que refletem claramente a igualdade desses tempos. A violência cresce assustadoramente; a imoralidade cria novas situações a cada instante; a corrupção cresce surrupiando os meios que poderiam dar uma vida melhor às pessoas; a falta de caráter é preocupante; enfim, temos tudo que nos faz imaginar que Deus deve estar muito aborrecido pelo que fazemos.

Mas agora você não tem mais desculpas. Você já sabe tudo sobre conjunções, e aprendeu que elas podem ser boas ou não para você. Você já sabe que, se por acaso virou produto meio que desagrada a Deus, ainda há oportunidade de mudar. Assim como Isaias, Deus pode fazer em você uma transformação total. Ele não precisa mais de brasas porque o “sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1:7). Você sabe também que não há desculpas para dizer que se tornou um produto do meio, e já que todo mundo faz você também pode fazer. Com Noé você aprendeu que pode viver em meio a baderna sem se contaminar.

Agora, a decisão é sua. Meu texto pode ter erros de gramática.  O que eu falei sobre conjunções pode ter alguma falha. Você pode encontrar falhas na minha pontuação e na concordância verbal. Eu sei que pode. Já disse que não sou excelente em português, e meu objetivo aqui não era uma aula de morfologia. Mas, uma coisa posso garantir, os princípios bíblicos aqui inseridos são dignos de apreciação.

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