O
Papa falou que pode e deve dar umas boas palmadas. O mundo todo fala que não. Leis
foram criadas para coibir tal forma de educação. E aí, bater ou não? Essa é uma
questão que tem dividido opiniões. Afinal, os pais têm ou não o direito de dar
umas palmadas nos filhos? Quem pode definir o que os pais podem, ou não, no seu
dever de educar os filhos? Uma boa palmada pode causar algum trauma
psicológico? Pode causar alguma revolta?
Regador |
Não
estou dizendo se gostava disso ou não. Muitas, ou quase todas, eu fiz por
merecer. Às vezes preferia apanhar a ficar ouvindo longos sermões. Levava uma
boa surra e pronto, aprendia que tinha vacilado feio, ou não. Mas os sermões
duravam o dia todo, ou pelo menos era o que parecia para mim. Apesar de tudo isso,
que para muitos pode parecer tortura, nunca respondi minha mãe nesses momentos.
Às vezes entrava para o banheiro e chorava por um longo tempo para jogar minha
vontade de gritar para fora. Depois saia e tudo estava bem. Nunca deixei de
amar minha mãe por isso, nem guardo qualquer magoa. Amo muito minha mãe, e já
sofro só de pensar que a qualquer momento posso perdê-la. Mas, claro, esse sou
eu. Não quer dizer que todos tenham o mesmo entendimento, ou perceba do mesmo
jeito.
Andei
dando uma pesquisada no assunto na internet e vi coisas que só a internet pode
ter. Você não acreditaria se eu dissesse.
Na
realidade, creio que não existe uma receita de bolo para educar filhos. Até
porque mesmo as receitas de bolo não garantem que seu bolo vai ficar
maravilhoso. E, mesmo que o seu fique, o da casa ao lado pode dar errado usando
a mesma receita. Pessoas são diferentes.
Creio
que uma boa orientação está em Provérbios 19:18: “Castiga a teu filho, enquanto
há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo”. O equilíbrio aqui, como
em tudo na vida, é fundamental. O texto alerta que haverá um momento em que
você perderá o controle sobre seu filho, e então valerá o que você já fez, ou deixou de fazer. Não especifica a forma de castigo, mas enfatiza que
ele não deve ser exagerado. Acredito que a famosa “Lei da Palmada” pode ser
aplicada aqui. Todo e qualquer EXAGERO na educação de filhos, seja palmada,
castigos, ou o que for deve ser evitado.
Ao
escrever este texto, provavelmente, Salomão estivesse pensando na Lei Mosaica (Dt 21:18-21) que orientava aos pais que tivessem filhos rebeldes, devassos e
beberrões a leva-los aos líderes da comunidade para que fossem mortos. Havia
todo um contexto para isso, que não é o nosso caso agora. Salomão,
possivelmente, estava dizendo aos pais para serem firmes na correção, mas que
não exagerassem nela. Ainda em Provérbios ele diz que “aquele que poupa a vara
aborrece a seu filho, mas quem o ama, a seu tempo castigo” 13:14. O mesmo sábio
que em Eclesiastes diz ter um tempo para tudo, aqui nos diz que há um tempo
certo para corrigir de maneira certa os filhos.
Vou
tentar traduzir o meu entendimento disto. Creio que Salomão está me orientando
a corrigir de maneira equilibrada meu filho no tempo próprio, pois haverá um
momento em que eu não terei o mesmo efeito que teria antes sobre a vida dele.
Então, por não ter feito no momento adequado, poderei ter iniciado um processo
que poderá culminar na prisão, ou mesmo na morte dele, pois sem a correção correta, sem limites, ele corre o risco de descambar para uma vida de delitos.
Ainda
em Provérbios Salomão avisa: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e,
ainda quando for velho, não se desviará dele” (22:6). Quase ouço sua voz gritando em meus ouvidos que tudo que vier a acontecer com meus filhos, quando
adulto, passa pelo processo da criação. Desde o inicio percebe-se que este é o
desejo de Deus, nas palavras de Moisés, logo depois de receber os Dez
Mandamentos: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo teu coração, de toda
sua alma e toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no seu
coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa,
e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Dt 6:5 a 7).
O
texto de Moisés nos dá mais uma advertência:”estarão no teu coração” (6),
significa que os pais não só falarão em casa, na rua, deitado ou andando, mas
acima de tudo deverão ser o exemplo que inculcará muito mais pela prática no dia
a dia com os filhos.
É
lógico que aqui também não é uma receita de bolo. As probabilidades de dar
certo são enormes. Mas, como tudo, pode dar errado. Pode não ser assim. Pode
ocorrer aqui a matemática do Roberto Carlos onde “dois e dois são cinco”.
Afinal,
bater ou não bater? Eis a questão. E, quer saber, não sei também. Mas digo a
você que prefiro seguir a orientação bíblica. Nosso governo não tem muita moral
para falar de educação, de correção, de orientação. É fácil fazer uma lei e
comprar votos para que ela seja aprovada. Ainda mais uma assim de apelo popular.
Mas a prática do dia a dia é você com seus filhos dentro de casa que sabe o
acontece. Equilíbrio é a palavra chave.
Alguém
disse que seria interessante orar enquanto usa a vara no filho. É ridículo só
de pensar. Mas aconselho a você, mesmo você não tendo pedido um conselho, a
orar para que Deus te oriente a descobrir o que é melhor para você e seu filho. Sempre lembrando o que Paulo orienta: “E vós, pais, não provoqueis
vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef
6:4).
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