Acabei de me mudar. Vim morar num apartamento que comprei na
planta. É como comprar um carro zero, com aquele cheirinho de novo. É bem
gostoso. Mas, ao mesmo tempo, é meio decepcionante. No caso do carro zero, o
fator decepção, é menor, ou praticamente zero. O carro está ali no salão de uma
concessionária, pontinho para você olhar, sentar dentro dele, observar os
detalhes, ver a cor, acessórios, espaço, e tudo que você deseja. Você está
vendo exatamente o que vai comprar.
Na compra de um imóvel na planta você vê, no book que te oferecem, o que poderá ser o seu
imóvel. Você tem apenas algumas fotos criadas num computador que lhe sugere
como será o objeto da sua compra. Naquelas fotos tudo parece uma maravilha, de
grandes proporções, e criam a imagem de que você está comprando o próprio
paraíso. E você fica sonhando com dia que entrará por aquelas portas quase
celestiais.
Depois de muito tempo, por que os atrasos nas datas prometidas são
certos, depois de problemas para documentação, financiamentos, um caminhão de
certidões, um caminhão com todas as suas tralhas, lá está você de chave na mão
às portas do paraíso. Mas, aí você descobre que o paraíso ainda não chegou.
Aquela piscina que parecia o próprio oceano, não passa de uma pequena banheira.
O salão de festas é apenas uma salinha que nem sua família cabe. O seu lugar de
morar é muito aquém daquele que você viu nas fotos do book, e você fica se
perguntando se perdeu a noção de metragem, pois ele parece muito menor.
O site significados.com.br diz que: "expectativa é o estado
ou qualidade de esperar algo ou alguma coisa que seja viável ou provável que
aconteça". Diz ainda que vem "do latim exspectare" e indica
"a condição de alguém que tem esperança em algo que foi baseado em
promessas".
Pensando em expectativas não tenho como não pensar no céu. Eu
creio em Deus, creio na Bíblia e em tudo que ela revela. Todo o processo da
Bíblia me leva na direção de que um dia eu estarei no céu, que é a promessa
conquistada por Cristo, quando morreu por mim (Jo 3:16). E aí entra a expectativa
de como será o céu. Será o céu a mesma situação dos imoveis vendidos na planta?
Será que corro o risco de me decepcionar?
O book da Cidade Santa, Apocalipse, revela algumas características
dela: "O muro era todo feito de diamante e a cidade era de ouro puro,
semelhante a vidro límpido. Os fundamentos do muro da cidade estavam adornados
com toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento era de cristal de
jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda;
o quinto, de sardônica; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo,
de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o décimo primeiro, de
jacinto; o décimo segundo, de ametista. Os doze portais eram doze pérolas; cada
um dos portais construído a partir de uma só pérola; e a rua principal da
cidade era de ouro puro, reluzente como o vidro límpido" (Ap 21:18-21).
Na realidade espero por um lugar que não seja exatamente assim.
Acredito que será um lugar mais aconchegante. Já escrevi em outro texto que o
céu para mim é como se fosse um paraíso. A imagem descrita por João, em
Apocalipse, foi a única que ele acreditou que poderia dar uma pequena ideia da
grande beleza que viu. O desenho de João, para mim, é apenas uma imagem como a
das crianças quando começam a querer desenhar. Um monte de rabiscos para todos
os lados, que para elas, são imagens perfeitas daquilo que querem desenhar.
Seja como for o céu, com ruas de ouro ou não, ou um grande,
lindíssimo e aconchegante paraíso ou não, eu tenho certeza que não me
arrependerei da escolha que fiz. Sim porque há essa possibilidade. É uma
escolha que podemos realizar enquanto estamos vivos, lógico. A Bíblia é muito
clara sobre isso quando diz que há apenas duas únicas opções: "Entrai pela
porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a
perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e
apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com
ela" (Mt 7:13-14).
O caminho para o céu - porta estreita - é através do sacrifício de Jesus Cristo: "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus", e "Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele" (Jo 3:18,36). Quem crê optou pelo céu.
A outra opção é o inferno - porta larga -, e sobre ele C. S. Lewis disse: "Não há nenhuma doutrina que eu removeria de mais bom grado do cristianismo do que isto, se eu tivesse o poder. Mas essa doutrina tem o pleno apoio das Escrituras, e sobretudo das próprias palavras do nosso Senhor." A promessa bíblica é de um lugar horrendo. Não tenho a menor vontade de confirmar se a realidade do inferno corresponde a expectativa criada pela descrição que a Bíblia me revela. Alias, nem quero ter expectativa alguma.
Quais são suas expectativas para a vida futura? Você já fez sua
opção? Pense nisso.
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