Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

1 de out. de 2016

Vicios

Fiquei irritado com o corretor automático do meu celular porque fui perguntar a alguém se havia feito sua refeição e digitei: "Já almuçou?”, e o incompetente corrigiu para: "Já almoçou?". Fiquei olhando aquela palavra como se fosse uma intrusa no meu escrito. Que palavra era aquela que se intrometia onde não devia. Parei. Olhei. Li mais uma vez e cheguei a conclusão que era a palavra certa, por mais estranha que me parecesse naquele momento. Acho que nunca escrevi essa palavra. Talvez tenha sido a primeira vez, tão estranha ela me pareceu.

Tudo isso por culpa do vicio na forma de falar. Percebi que sempre falo com o som de "u", isto é, "almuçou". Não pense que não sabia que o certo era "almoçou", mas naquele momento eu achei meio esquisito. Por alguns segundos fiquei confuso sobre o certo e o errado. Assim acontece com muitas coisas na vida, e nem percebemos. Paulo fala sobre isso quando diz: "Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo" (Rm 7:18,19).

Existe dentro de cada um de nós uma luta terrível das leis que nos regem. Por um lado a lei divina que mostra uma serie de princípios que não devo desobedecer. Por outro lado a lei da carne que me cobra a todo instante que realize desenfreadamente, ou mesmo cautelosamente, os seus desejos. Essa luta por vezes nos faz ceder ora para uma banda, ora para outra. Parece aquele desenho animado que coloca de um lado um diabinho e do outro um anjinho, soprando orientações e tentações, as quais nos fazem ficar, por vezes, sem saber o que realmente fazer.

Algumas coisas nos parecem absurdas e temos certa facilidade em decidir, como por exemplo, entre matar ou ajudar uma pessoa, eu sei exatamente o que escolher. Outras coisas como, por exemplo, se devo ou não olhar para o belíssimo traseiro daquela mulher que vai toda rebolante a minha frente, principalmente se ela estiver com um minúsculo biquíni numa praia, pode sofrer um atenuante, e eu achar que não é tão errado assim. Afinal, ela esta ali na minha frente, eu não posso olhar para os lados, ou para trás, pois corro o risco de tropeçar em alguém e cair, e me machucar.

Uma coisa é aceitar um caso de adultério dentro da igreja, ou uma relação sexual fora do casamento, principalmente se houver gravidez (se não houver ninguém precisa ficar sabendo). Outra coisa é aquela irmãzinha, ou irmãozinho, que fala de todo mundo indiscriminadamente, mas ninguém toma uma atitude. Isto não é errado? Ou mesmo alguém que fala mentiras, e nada acontece.

Esta luta, que acontece conosco, nos faz tomar partido em algumas situações e desenvolvemos uma serie de esquivos para nos livrar da culpa. Algumas coisas já não nos parecem mais ser nocivas. Classificamos alguns desvios de "maior" ou "menor" periculosidade para o caráter, ou para a espiritualidade, e assim nos “livramos” da culpa em algumas coisas.

Para termos uma ideia disso, segundo o site ACIDIGITAL, em "Perguntas e respostas sobre o Sacramento da Penitencia", há dois tipos de pecados: os mortais e os veniais. Entre os mortais mais frequentes, que devem ser confessados, estão: "perder a Missa dominical ou as festas de preceitos sem um motivo sério; matar ou ferir GRAVEMENTE a uma pessoa inocente; para os cônjuges, IMPEDIR a concepção no ato conjugal; roubar alguma soma RELEVANTE, inclusive desviando ou subtraindo no trabalho", e ao mesmo tempo diz que "A confissão dos pecados veniais NÃO É NECESSÁRIA, mas é muito útil para o progresso da vida cristã". (os grifos nas palavras acima são meus)

Segundo a Wikipédia "A penitencia pode ser definida durante a confissão que é o sacramento pelo qual o fiel se reconcilia com Deus, obtendo o perdão pelos seus pecados". De acordo com o tamanho do pecado o tamanho da penitencia. E assim, entre pecadinhos e pecadões, vamos vivendo sem ter noção, às vezes, se estamos fazendo o bem que queremos ou mal que odiamos. Na realidade algumas coisas já perderam o significado de mal para nós.

E vamos levando nossas vidas sem nos dar conta de que algumas coisas não devem ser feitas. Para o uso do celular na direção, inventamos a desculpa que "é trabalho e não posso perder tempo". Avançamos o sinal vermelho e argumentamos que "o lugar era perigoso". Gastamos um bom tempo nos "zapzaps" da vida durante nosso horário de trabalho, enquanto o chefe não esta vendo, e achamos que somos espertos. E assim nos tornamos viciados em algumas coisas porque elas nos parecem menos prejudiciais, e não percebemos o erro que cometemos.

Sei que tenho meus vícios também. Não sou santo como gostaria de ser. Sou gente igual a você e me desespero por achar que é muito difícil. E na realidade só não conseguimos por isso, por achar que somos nós que faremos. Paulo quando percebe a loucura que é isso tudo exclama: "Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?" (Rm 7:24). Quem poderá me livrar destes maus hábitos que vou adquirindo aos poucos e vão cauterizando minha compreensão do certo e errado, que me leva a não saber mais se o que faço ou deixo de fazer é o que agrada a Deus? É como se fosse um vicio em uma droga qualquer que domina minha vontade e me faz um escravo dela. Faz-me um dependente.

Em seguida Paulo solta a voz num grito que sai das profundidades do seu ser e exclama agradecido: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!" ( Rm 7:25). Ufaa!Que alivio! É um peso enorme que sai das minhas costas. Escuto em alto e bom som Jesus dizendo: "Vinde a mim, todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve" (Mt 11:28-30).

Pronto! Não sou eu, mas Cristo é quem pode me livrar de tudo isso. O peso não sairá por meus méritos, mas pela graça de Deus, que mandou Jesus para pagar por meus erros. A penitencia maior e completa já foi feita, pois ele morreu por todos os meus pecados. E eu só preciso pedir perdão por cada um deles diante de Deus, pois o texto sagrado me diz: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar TODOS os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1:9). (grifo meu novamente)

Só me resta agradecer a Deus e procurar viver o mais perto possível da sua vontade.


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