Natural, segundo os dicionários, “é
aquilo que segue a ordem regular das coisas; que é conforme a natureza”. Sendo
assim, sou levado a crer que natural é:
- encontrar deliciosas mangas em uma mangueira;
- encontrar bananas na bananeira;
- ver o majestoso leão e a serena leoa ter filhotes, que são leõezinhos;
- o sol raiar pela manhã e sumir por detrás das montanhas ao entardecer, para dar lugar a noite;
- um homem, da espécie masculina, e uma mulher, da espécie feminina, namorar, casar e ter filhos.
Estas coisas são naturais, pois seguem
a ordem regular das coisas; são conforme a natureza.
Ontem por uns dez minutos eu fiquei
observando uma cena e tentando encontrar naturalidade nela. Duas meninas com
idade entre 14 e, no máximo, 17 anos, em um lugar público, com um movimento
considerável de pessoas para lá e para cá, namoravam como se fosse a coisa mais
natural do mundo. Carinhos e longos beijos na boca, no rosto, afagos e tudo
mais que um casal de namorados, macho e fêmea, normalmente faria. Será que seus
pais sabem? Talvez sim.
Perdoem-me os que acham isso natural,
mas eu não vi nada de natural naquilo. Talvez minha inteligência seja lesada
demais para alcançar tal conceito. Peço aos que defendem os direitos dos que
praticam esse modelo, que me permitam exercer meu direito de pensar contrario.
Perdoem a minha incapacidade de ver naturalidade em um comportamento que no meu
entendimento, não está em conformidade com a ordem natural das coisas.
Onde está “O côncavo e o convexo”
cantado nos versos de Roberto Carlos:
“Como manda a receita
Nossas curvas se acham
Nossas formas se encaixam
Na medida perfeita.
(...)
Cada parte de nós
Tem a forma ideal
Quando juntas estão,
Coincidência total
Do côncavo e convexo
Assim é nosso amor,”
Ele é o “cara”, não é? Então sabe bem
disso. Isto é natural, o encaixe perfeito do côncavo e o convexo. A formação
perfeita com todos os encaixes “originais de fabrica”. Sem nenhuma “carenagem”
adaptada ao modelo original.
Antes de qualquer coisa, sou totalmente
contrário a todo e qualquer tipo de violência com quem expressa sua forma de
pensar nas ruas. Até porque, se formos agir com violência contra todos aqueles
que agem de maneira que não concordamos o mundo se tornaria um verdadeiro caos.
Imagine seu eu saísse por ai chutando aqueles que fumam e jogam sua fumaça no
ar que eu respiro; se fossemos atacar violentamente aqueles que andam por ai
roubando, matando, estuprando, mentindo, entre outras coisas que fogem
completamente do natural. Não pode ser assim.
Como cristão, sou obrigado a entender e
ver com muito amor e compaixão o que está acontecendo. Olhando para a Bíblia
vejo que esse comportamento não é uma novidade de nossos dias. Paulo em sua
carta aos cristãos de Roma disse que “até
as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. E
também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de
paixão uns pelos outros...” (Rm 1:26, 27). Então essa pratica é bem antiga,
mas isso não a torna natural.
A Bíblia ensina que o Diabo perverte as
coisas de Deus. Posso quase ver a astuta serpente maliciosa, se esgueirando por
ai soprando com sua voz sibilosa, como aquela do desenho Mogli, nos ouvidos
incautos: “Que nada. Não liga para Ele não. Vamossss bagunçar esssse mundinho
ssssem graça, todo arrumadinho, ssssem charme e monótono que Ele criou.
Vamossss virar esssse mundo de cabeça para baixo. Vamossss tocar o terror.
SSSSem essssa de ordem natural dasss coissssasss”.
Eva ouviu, e pagamos o preço. Aliás,
Jesus Cristo pagou o preço.
A partir do momento que Eva deu ouvidos
a serpente, abriu-se um caminho para que algumas coisas se tornassem “naturais”
pela sua frequência.
Então, hoje, “se tornou natural”:
- Passar com um carro ou uma moto num lugar onde há um grupo de pessoas e sair atirando, matando pessoas, incendiando ônibus, só para “tocar terror”, em represália a alguma ação da policia;
- A policia entrar nas comunidades atirando para todos os lados, matando alguns inocentes;
- Os politiqueiros do nosso país se corromperem, descaradamente, ao primeiro sinal de propina para detonar o dinheiro público, que deveria vir para a saúde, educação, saneamento básico e pagar os salários dos funcionários públicos, entre outras coisas; e muitos ainda concordam quando dizem: “se roubassem mas fizessem alguma coisa”
- Ver um grupo enorme de pessoas se matando pelas calçadas da cidade com o crack e o poder público incompetente para cuidar desse problema;
- Pais abusarem sexualmente de suas filhas;
- Ver os “donos” de igrejas se entupirem de dinheiro à custa da boa fé das pessoas;
- Homem com homem, mulher com mulher;
- Muita comida sendo jogada fora nas casas, nos restaurantes, nos mercados, enquanto na rua ao lado tem gente passando fome;
- O desmatamento ganancioso e irresponsável que destrói o nosso ecossistema, ou a caça predatória que extingue nossos animais.
Hoje temos que nos equilibrar numa
corda bamba entre o que “é natural” e o que “se tornou natural”. Por vezes é
quase impossível resistir ao que “se tornou natural”, tamanha é a pressão que
sofremos de todos os lados. Mas vale lembrar a palavra de Cristo aos seus discípulos:
“Gente má e sem fé! Até quando ficarei
com vocês? Até quando terei que aguentá-los?” (Mt 17:17).
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