Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

11 de fev. de 2017

Natural

Natural, segundo os dicionários, “é aquilo que segue a ordem regular das coisas; que é conforme a natureza”. Sendo assim, sou levado a crer que natural é:
  • encontrar deliciosas mangas em uma mangueira;
  • encontrar bananas na bananeira;
  • ver o majestoso leão e a serena leoa ter filhotes, que são leõezinhos;
  • o sol raiar pela manhã e sumir por detrás das montanhas ao entardecer, para dar lugar a noite;
  • um homem, da espécie masculina, e uma mulher, da espécie feminina, namorar, casar e ter filhos.

Estas coisas são naturais, pois seguem a ordem regular das coisas; são conforme a natureza.

Ontem por uns dez minutos eu fiquei observando uma cena e tentando encontrar naturalidade nela. Duas meninas com idade entre 14 e, no máximo, 17 anos, em um lugar público, com um movimento considerável de pessoas para lá e para cá, namoravam como se fosse a coisa mais natural do mundo. Carinhos e longos beijos na boca, no rosto, afagos e tudo mais que um casal de namorados, macho e fêmea, normalmente faria. Será que seus pais sabem? Talvez sim.

Perdoem-me os que acham isso natural, mas eu não vi nada de natural naquilo. Talvez minha inteligência seja lesada demais para alcançar tal conceito. Peço aos que defendem os direitos dos que praticam esse modelo, que me permitam exercer meu direito de pensar contrario. Perdoem a minha incapacidade de ver naturalidade em um comportamento que no meu entendimento, não está em conformidade com a ordem natural das coisas.

Onde está “O côncavo e o convexo” cantado nos versos de Roberto Carlos:
“Como manda a receita
Nossas curvas se acham
Nossas formas se encaixam
Na medida perfeita.
            (...)
Cada parte de nós
Tem a forma ideal
Quando juntas estão,
Coincidência total
Do côncavo e convexo
Assim é nosso amor,”

Ele é o “cara”, não é? Então sabe bem disso. Isto é natural, o encaixe perfeito do côncavo e o convexo. A formação perfeita com todos os encaixes “originais de fabrica”. Sem nenhuma “carenagem” adaptada ao modelo original.

Antes de qualquer coisa, sou totalmente contrário a todo e qualquer tipo de violência com quem expressa sua forma de pensar nas ruas. Até porque, se formos agir com violência contra todos aqueles que agem de maneira que não concordamos o mundo se tornaria um verdadeiro caos. Imagine seu eu saísse por ai chutando aqueles que fumam e jogam sua fumaça no ar que eu respiro; se fossemos atacar violentamente aqueles que andam por ai roubando, matando, estuprando, mentindo, entre outras coisas que fogem completamente do natural. Não pode ser assim.

Como cristão, sou obrigado a entender e ver com muito amor e compaixão o que está acontecendo. Olhando para a Bíblia vejo que esse comportamento não é uma novidade de nossos dias. Paulo em sua carta aos cristãos de Roma disse que “até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. E também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros...” (Rm 1:26, 27). Então essa pratica é bem antiga, mas isso não a torna natural.

A Bíblia ensina que o Diabo perverte as coisas de Deus. Posso quase ver a astuta serpente maliciosa, se esgueirando por ai soprando com sua voz sibilosa, como aquela do desenho Mogli, nos ouvidos incautos: “Que nada. Não liga para Ele não. Vamossss bagunçar esssse mundinho ssssem graça, todo arrumadinho, ssssem charme e monótono que Ele criou. Vamossss virar esssse mundo de cabeça para baixo. Vamossss tocar o terror. SSSSem essssa de ordem natural dasss coissssasss”.

Eva ouviu, e pagamos o preço. Aliás, Jesus Cristo pagou o preço.

A partir do momento que Eva deu ouvidos a serpente, abriu-se um caminho para que algumas coisas se tornassem “naturais” pela sua frequência.

Então, hoje, “se tornou natural”:
  • Passar com um carro ou uma moto num lugar onde há um grupo de pessoas e sair atirando, matando pessoas, incendiando ônibus, só para “tocar terror”, em represália a alguma ação da policia;
  • A policia entrar nas comunidades atirando para todos os lados, matando alguns inocentes;
  • Os politiqueiros do nosso país se corromperem, descaradamente, ao primeiro sinal de propina para detonar o dinheiro público, que deveria vir para a saúde, educação, saneamento básico e pagar os salários dos funcionários públicos, entre outras coisas; e muitos ainda concordam quando dizem: “se roubassem mas fizessem alguma coisa”
  • Ver um grupo enorme de pessoas se matando pelas calçadas da cidade com o crack e o poder público incompetente para cuidar desse problema;
  • Pais abusarem sexualmente de suas filhas;
  • Ver os “donos” de igrejas se entupirem de dinheiro à custa da boa fé das pessoas;
  • Homem com homem, mulher com mulher;
  • Muita comida sendo jogada fora nas casas, nos restaurantes, nos mercados, enquanto na rua ao lado tem gente passando fome;
  • O desmatamento ganancioso e irresponsável que destrói o nosso ecossistema, ou a caça predatória que extingue nossos animais.

Hoje temos que nos equilibrar numa corda bamba entre o que “é natural” e o que “se tornou natural”. Por vezes é quase impossível resistir ao que “se tornou natural”, tamanha é a pressão que sofremos de todos os lados. Mas vale lembrar a palavra de Cristo aos seus discípulos: “Gente má e sem fé! Até quando ficarei com vocês? Até quando terei que aguentá-los?” (Mt 17:17).

Mesmo não concordando com os que praticam a forma que “se tornou natural”, ainda assim devo amá-los muito. Não concordo com suas práticas, mas amo-os da mesma forma que Cristo me ama, pois Ele também os ama com a mesma intensidade que me ama. E, afinal, como escreveu Philip Yancey, “a única esperança para qualquer um de nós, independentemente de nossos pecados particulares, reside na inabalável confiança num Deus que inexplicavelmente ama pecadores, inclusive aqueles que pecam de maneiras diferentes das nossas”.

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