Que bom que você veio!!


Que bom que você veio!!
Quero escrever textos que nos ajudem a entender um pouco mais daquilo que Deus tem para nós, para falarmos uma mesma linguagem. Não tenho o objetivo de ser profundo, nem teológico, nem filosófico, nada disso. Quero dizer coisas simples que pululam em minha mente, sempre atento para não contradizer em nada a minha fé, ou o que creio ser a vontade de Deus.
No mês de Agosto/12 há um texto que explica o significado e o porquê do nome Xibolete.

15 de dez. de 2012

A Beleza das Árvores Tortas


É muito mais fácil você pegar uma sementinha, plantá-la e guiá-la para que ela cresça uma arvore certinha do que pegar uma árvore bem crescida, com caule torto e tentar endireita-la como você gostaria que ela fosse. Talvez a sua sementinha, quando se tornar uma árvore, não concorde com o modo como você a guiou.

Os jovens querem que os adultos aceitem o seu modo de ver as coisas. Esquecem que aqueles adultos viveram uma geração anterior a sua, e tudo o que eles viram e aprenderam era muito diferente das coisas de hoje. Algumas mudanças eles acompanharam e aceitaram, mas uma grande parte é nova para eles. E o que é novo, normalmente, é difícil para ser assimilado.

A tendência é uma tentativa de imposição de ideias e conceitos antigos para cabeças novas. Como resolver coisas novas com idéias velhas? Como olhar o novo com olhos antigos? Então começa o grande e famoso choque de gerações. Adultos querendo impor aos os jovens suas ideias, e os jovens não aceitando e empurrado as ideias “hiper avançadas” para eles.

Quando os jovens têm uma ideia nova, ou algum gesto que choca os “velhos”, são recriminados, e tentando se defender, só conseguem, às vezes, complicar um pouco mais. Talvez por isso George Chapman tenha dito que “os jovens pensam que os idosos são tolos; os idosos sabem que os jovens são tolos”.

Então o que fazer?

Barbara Russel Chesser em seu livro “O Mito do Casamento Perfeito” diz que “as pessoas de fato precisam considerar que podem ser julgadas pelo mesmo padrão crítico que usam para avaliar os outros (...) Muito frequentemente julgamo-nos a partir do ideal, enquanto os outros por seus atos. Considere, por exemplo, o seguinte:
Eu ofereço crítica construtiva; você é implicante.
Eu sou determinado/a; você é teimoso/a.
Eu sou diplomático/a; você é bajulador/a.
Eu sou coerente; você é turrão/ona em seu modo de ser.
Eu finco pé por aquilo em que acredito; você é fanático/a.
Eu mantenho minhas coisas organizadas; você é um/a neurótico/a compulsivo/a.
Eu uso discernimento; você é exigente demais.
Eu sou cuidadoso/a quanto a detalhes; você é um/a chato/a de galocha.
Eu sou franco/a; você é falador/a.
Eu não tenho falsa modéstia; você gosta de se vangloriar;
Eu assumo responsabilidades; você se preocupa à toa.
Eu fico na moita; você é molenga.
Eu sei relaxar; você é malandro/a.
Eu vejo as coisas realisticamente; você é pessimista.
Eu não aguento impertinência de ninguém; você tira o corpo fora da responsabilidade.
Eu sou ponderado/a; você é uma lesma.
Eu sou obsequioso/a; você transige em seus princípios.
Eu aproveito as oportunidades; você é um abutre.”

No sermão do monte Jesus Cristo nos faz um alerta: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados, pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês (Mt 7:1,2).

Creio que os mais jovens deveriam, já que são os novos e com capacidade para mudar, unir a sua força, sua juventude, sua impetuosidade, com a larga experiência de vida dos “menos jovens”. Aproveitar a sabedoria adquirida por eles e, com a sua capacidade de inovação, criar um ambiente onde jovens e velhos possam viver em paz, um aprendendo com o outro.

Os jovens precisam ver que um dia, provavelmente, terão que enfrentar, como velhos, a nova geração de amanhã. Lembrar que também terão os seus filhos os assustando com as idéias que eles terão. E aí, o que fazer? Será que não agirão como os seus pais? Será que não serão chamados de “velhos ranzinzas”, “velhos quadrados”, “ultrapassados” e todos esses adjetivos que volta e meia atiram sobre seus antepassados?

Pare agora e veja o que você pode fazer. Use sua capacidade para começar a mudar desde agora. Prepare-se para entrar no futuro com um mundo melhor preparado por você, para você mesmo.

Como? Muito simples.

Como é o teu relacionamento com os seus pais? Você tenta impor suas coisas ou tenta compor as coisas? Você é paciente com eles, ou são eles que te aturem por terem criado você? Será que todas as vezes que você ouve uma bronquinha, recebe como se fosse um grito de guerra, ou procura argumentar com calma, paciência? Às vezes o argumento não dá certo nas primeiras tentativas, então você não quer nem se preocupar com uma segunda e parte para o ataque?

É necessário que façamos uma busca em nós mesmos para conhecermos nossos anteriores. É através de nós que teremos um melhor relacionamento. Procure mudar. Tente. Faça um esforço constante.

Talvez você não consiga desentortar uma árvore velha, mas consiga adaptar a tua visão para ver naquela árvore uma beleza diferente.

E nunca se esqueça de que, um dia, você poderá ser uma árvore velha que precisará de alguém que mude a visão para achar-te uma árvore linda, mesmo sendo uma árvore torta.

Ulicio – 21/11/1985

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